Enquanto arquitetos e designers continuam a vislumbrar, em utopias, as casas e cidades do futuro, uma coisa é certa: a inovação virá acompanhada da sustentabilidade. Em meio a uma crise ecológica global, profissionais da área buscam constantemente estratégias que possam atenuar os efeitos maléficos dos hábitos humanos de consumo, ao mesmo tempo, também procurando favorecer a utilização de fontes alternativas de energia, com tecnologias verdes como aproveitamento do sol e dos ventos, além de matérias-primas construtivas menos nocivas. Alguns projetos de prédios verdes surpreendem neste sentido, unindo os preceitos sustentáveis ao que há de mais moderno em termos de estética.
No Azerbeijão, um edifício da Ilha de Zira, em Baku, conhecido como Zira Island Masterplan, é sustentado pela energia solar, água e vento, e não utiliza fontes energéticas convencionais, que têm alto teor poluente. Em Nova York, o PS 62 Richmond, se constituirá, quando concluído, na primeira escola de energia zero, coletando no próprio local a energia de fontes renováveis.
Com design hiperfuturista, o prédio Spacescape Grontmij, localizado em Estocolmo, na Suécia, tem a forma de um “gráfico de pizza”, sendo 30% da estrutura que fica de frente para o sol coberto por um filme fotovoltaico. A estratégia produz energia suficiente para manter a esfera flutuando e fornece eletricidade para 235 casas. Lançando mão de medidas inovadoras, o Centro de Conferências KAFD, de Riyadh, na Arábia Saudita, mostra como é possível conjugar o desenvolvimento com o respeito ambiental. A construção conta com um compartimento que localiza áreas de vidros menos suscetíveis ao sol, além de um sistema de ventilação que usa o calor solar para mover o ar, e um telhado com gramíneas para minimizar a irrigação.
Praticamente independente da utilização de ar-condicionado, na China a mansão de energia é na verdade um grande arranha-céu que faz a regulação das temperaturas internas aproveitando as condições naturais do clima. Também na China, a torre Pearl River une o design sustentável e a tecnologia verde aos avanços da engenharia. Passando pelas turbinas, os ventos geram energia para o edifício. Já em Syracuse, Nova York, o prédio residencial Passive House reduz o consumo de energia em até 75%, dependendo dela minimamente para aquecimento e resfriamento dos ambientes.
Em Cingapura, na Ásia, o Beach Road é repleto de vegetação e por isso mesmo ficou conhecido como “cidade em um jardim”. Na Dinamarca, o Amagerforbraending, situado em Copenhagen, é uma estrutura sustentável e multifuncional em torno de uma fábrica em decomposição. O Predator BLDG, por sua vez, em Los Angeles, na Califórnia, conta com um sistema para colher água para o uso dos moradores e as demais funções do prédio.
Com possibilidade de acompanhar o caminho do sol, durante o dia, para utilizar a energia solar, o Heliotrace Facade System é outro exemplo de prédio ecológico, assim como o Hualien Beach Resort, em Taiwan, com design que auxilia na absorção da energia do sol mesmo nos momentos em que a luz solar fica bloqueada. Por fim, o Atwater Project, em Middlebury, Vermont, tem toda uma atenção com a ventilação natural, desde os halls até o teto.