O que restou de uma grande escadaria, os degraus se decompondo e cobertos de poeira. Nas paredes, um respingo de cor dos antigos painéis fornece o último vestígio de esplendor. Esta construção em uma vila italiana teria sido provavelmente morada da nobreza durante o Renascimento, mas agora, como muitas outras deste tipo, está abandonada.
Afrescos representando anjos e cenas rústicas, tetos abobadados que conseguiram afastar os efeitos do tempo ainda moldam uma beleza a ser encontrada. O fotógrafo Thomas Jorion tem percorrido o Norte da Itália, de Piemonte a Toscana, para documentar a triste morte destes imóveis que agora são ruínas espetaculares. Na série “Palácios Esquecidos” (Forgotten Palaces) ele retrata o declínio de uma época em que muitos viviam cercados de luxo, como mostra reportagem do site do jornal britânico Daily Mail, Mail Online.
Estima-se que existam mais de 300 aldeias fantasma na Itália, muitas datadas da Idade Média ou da Renascença. Na maioria dos casos, as moradias estão em áreas economicamente carentes e com escassos sistemas de comunicação. Em outros, tensões familiares levaram ao abandono das vilas, o mesmo que também aconteceu quando uma usina nuclear foi construída nas proximidades de uma dessas localidades. Deslizamentos de terra e migração para grandes cidades são outras entre as muitas razões para os moradores terem deixado estas aldeias.
O termo “villa” era originalmente aplicado para as residências de verão que os antigos romanos instalavam nas áreas periféricas, sendo imitados mais tarde pelos italianos. As vilas romanas eram caracterizadas por uma arquitetura suntuosa, com longas colunas, torres, jardins, piscinas e fontes, e eram frequentemente uma segunda casa para os membros da nobreza, como aconteceu com os Medici, dinastia política e família de banqueiros que depois faria parte da realeza.
O trabalho de Thomas Jorion pode ser visto no link:
www.thomasjorion.com/uk/category/timeless-islands-thomas-jorion/italy