Qual é o melhor lugar em BH para morar? Sem dúvida, a resposta vai ser: depende. Há aqueles que levam em consideração a facilidade para chegar ao trabalho, uns não abrem mão de morar em uma área tranquila, enquanto outra parcela da população prefere viver onde cresceu. Quem enxerga a Zona Sul como o melhor lugar na capital mineira para comprar um imóvel garante que o motivo vai muito além do glamour. O conforto de estar bem perto do Centro, a infraestrutura de ponta e a oferta de empreendimentos diferenciados estão entre os fatores que influenciam a decisão. Mas é preciso estar disposto a investir um bom dinheiro, afinal, a região é uma das mais caras de Belo Horizonte (o metro quadrado pode valer mais de R$ 10 mil).
A advogada Ana Cristina Marquito, de 39 anos, escolheu morar no Bairro Funcionários. O prédio fica perto de hospital, bancos e todo tipo de comércio, o que deixa a vida muito mais prática. Apesar da intensa movimentação durante o dia, Ana Cristina destaca que a região volta a ficar calma com o fim do expediente e permite uma noite tranquila. “Procuro aliar a praticidade de ter tudo próximo com o conforto de estar em casa e não precisar sair para academia nem para nadar”, diz. O que também influenciou a escolha da advogada foi a possibilidade de morar em um condomínio que mais parece um clube. O dela tem mais de 3 mil metros quadrados de área de lazer.
A advogada Ana Cristina Marquito escolheu o Bairro Funcionários pela praticidade e conforto
Há cinco anos, quando se mudou de Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha, Ana Cristina estava disposta a desembolsar o valor necessário para viver na Zona Sul e hoje ela avalia que fez um ótimo investimento. “A vantagem de comprar no Funcionários é que o imóvel tem rápida comercialização, pois é uma região onde todo mundo quer morar. Meu antigo apartamento foi vendido antes de ser anunciado”, conta a advogada, que não pensa em deixar o bairro.
Diante da alardeada escassez de terrenos na Zona Sul, o presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Evandro Negrão de Lima Júnior, aposta nos imóveis seminovos. Como têm preços mais atraentes, eles são uma opção interessante para as pessoas que desejam morar na área nobre, mas não podem comprar um apartamento recém-construído. Júnior alerta, porém, que não dá para perder tempo. “Quem esperar vai comprar mais caro”, pontua. “Não existe nenhuma chance de o preço cair num curto prazo. Pelo contrário, entendo que o preço vai subir igual ou acima da inflação, ainda mais os seminovos.”
Pensando em melhorar a qualidade de vida dos filhos, o empresário Pedro Ivan Tupy da Fonseca Filho, de 42, decidiu morar
Pedro Ivan decidiu morar no Anchieta em busca de qualidade de vida para os filhos, Lucas e Ana Katarina
no Bairro Anchieta. As crianças atravessam a rua e chegam à escola e para ir ao curso de inglês andam dois quarteirões. Pedro observa, ainda, que a região tem muita área verde e oferece inúmeras opções de lazer, como clubes, praças e parques. “O bairro tem ambiente mais familiar e isso favorece a qualidade de vida dos meus filhos, que vão poder sair mais na rua e se integrar com a comunidade”, opina Pedro, pai de Lucas, de 9, e Ana Katarina, de 6.
Para Pedro, a localização do apartamento facilita sua vida. Pedro trabalha em Venda Nova e, em alguns dias, prefere ir de táxi até o Centro para pegar o metrô. Além disso, no entorno do prédio há padaria, supermercado, lojas diversas e bons restaurantes.
Áreas mais valorizadas Bairros da Zona Sul, como Santo Antônio e Belvedere, têm empreendimentos com boa relação custo-benefício, conquistando clientes que não abrem mão de morar na região
Enquanto o glamour atrai moradores, o valor dos imóveis faz muita gente desistir da ideia de viver na tradicional Zona Sul. O presidente da Lar Imóveis, Luiz Antônio Rodrigues, revela, no entanto, que o Santo Antônio oferece boa relação custo-benefício para quem não quer deixar a região. O bairro está ao lado de Lourdes, que é uma das áreas mais valorizadas de Belo Horizonte, mas só de atravessar a Avenida do Contorno os imóveis podem ser mais atrativos. “Temos ofertas de lá que são um excelente negócio”, diz Rodrigues. A imobiliária vende, por exemplo, um apartamento de três quartos com suíte por R$ 350 mil em um prédio que está a 300 metros da Avenida Prudente de Morais.
Para Igor Nesralla e sua noiva, Juliana Fajardo, a localização e o preço foram decisivos na compra de um apartamento na Zona Sul
O preço foi um dos motivos que levaram o analista de sistemas Igor Nesralla Ribeiro, de 33 anos, a comprar um imóvel no Bairro Santo Antônio. Prestes a se casar, ele estava em busca de um apartamento para morar com a futura mulher, mas não pensava em se distanciar de Lourdes, onde vive com a mãe. A academia, a casa dos amigos, o local de trabalho da noiva, tudo está por perto. “O que pesou mais foi a localização. Como eu e a Juliana já moramos na Zona Sul, para a gente era mais viável”, comenta. Com o valor que podia gastar, Igor conseguiu comprar um apartamento amplo, com área privativa para receber os amigos, e, apesar de não ser novo, há pouco tempo foi reformado.
Na opinião do sócio-proprietário da Morus Imóveis, Alexandre Lobo de Faria, outra opção para quem está começando a vida na Zona Sul é o Belvedere. Por ser um bairro relativamente novo, segue o conceito de ruas mais largas e prédios que oferecem área de lazer com infraestrutura de clube, o que atrai principalmente os casais jovens. Faria também ressalta a proximidade com um shopping e a Lagoa Seca, que incentiva a prática de atividades ao ar livre. “O Belvedere tem qualidade de vida nos fins de semana, o que acredito compensar os percalços durante a semana.” Faria pondera, apesar das críticas, que o trânsito já deixou de ser um problema exclusivo do bairro, pois é um desafio para toda a cidade.
Antes de optar pela localização, Mirian Dayrell, que comanda a imobiliária de mesmo nome, orienta que é preciso pensar na praticidade. Por isso, normalmente são as mulheres que dão a palavra final, pois elas não querem ter dificuldade para conciliar a administração da casa, o cuidado com a família e o trabalho. “Quem está comprando um imóvel deve escolher o que vai tornar a sua vida mais tranquila”, afirma.
DAQUI PARA O FUTURO - Nova Lima é logo ali
A Zona Sul de Belo Horizonte não tem mais para onde crescer. O número de terrenos grandes, onde seja possível viabilizar empreendimentos atraentes, cai progressivamente. Sorte que Nova Lima ainda oferece espaço para expansão. O sócio-proprietário da Morus Imóveis Alexandre Lobo de Faria acredita que a tendência da área nobre da capital é se expandir até alcançar a Lagoa dos Ingleses, que fica no município vizinho. Lá, ainda existem terrenos que podem abrigar condomínios com completa infraestrutura de lazer.
Comentários
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Lucas
- 25 de Outubro às 11:28
A segurança em alguns bairros deixam muito a desejar por causa da idéia senzala e casa grande, bairros nobres cercados por bairros extremamente pobres.