Jardim vertical é tendência que conquistou edificações de vários países
A relação entre pessoas e natureza é o foco do projeto revolucionário do botânico francês Patrick Blanc, que faz repensar a forma como vivemos nas grandes cidades
O projeto do botânico consiste em implementar vegetação em fachadas e paredes de vários edifícios pelo mundo. Na foto, Tailândia
O projeto de jardins verticais do botânico francês Patrick Blanc consiste em implementar vegetação em fachadas e paredes de vários edifícios pelo mundo. As ideias do botânico têm o objetivo de buscar uma reflexão sobre como as pessoas organizam a vida contemporânea e o contato com a natureza.
Blanc afirma que tem como inspiração as florestas tropicais, que são sua especialidade na botânica. "3,5 bilhões de pessoas vivem nas cidades e não têm mais contato com a natureza. Estamos numa época em que todos estão alarmistas com a questão do desmatamento, excesso de gás carbônico e do aquecimento global. Eu acredito que é muito importante ter uma imagem positiva da convivência do homem com a natureza nas cidades", disse o botânico em entrevista publicada em seu site oficial.
Paris
Londres
Le Mur Végétal, como foi intitulado o projeto de jardins verticais, faz uso de um sistema que, depois de instalado, não necessita de constante manutenção. Isso porque a estrutura dos jardins é coberta por um feltro especial, onde as plantas são fixadas e irrigadas com fertilizantes, impedindo que as raízes cresçam demais.
A escolha das plantas é cautelosa, uma vez que devem se ambientar bem às condições do local. Os jardins verticais podem ser instalados tanto no exterior, quanto no interior dos edifícios. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Madrid, Cingapura, Paris, Lisboa, Berlin, Sydney e Honk Hong já tiveram suas paisagens urbanas alteradas pelo projeto, que dá cara nova e concebe um novo cartão postal para as cidades.
Em entrevista a uma reconhecida revista de artes e design, Blanc garantiu que suas obras, quando migradas para áreas internas, têm excelente efeito acústico e térmico, aquecendo no inverno e atenuando o calor no verão. Afirma também que estas são mais simples de se fazer, já que é possível manter a mesma temperatura o ano inteiro, enquanto os externos exigem que as plantas se adaptem a diferentes condições climáticas. Ele alega ser contra o uso exagerado dos jardins verticais, uma vez que estes não devem esconder a arquitetura e sim se somar a ela.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
salazar
- 19 de Julho às 17:54
Ótima solução para a dureza e a frieza do concreto das grandes cidades, quem sabe esta aproximação com a natureza não modifica quem mora nestas cidades.