Contagem, na Grande BH, faz as previsões imobiliárias para 2014

Especialistas do mercado acreditam na forte demanda vivida em 2013 para impulsionar os negócios no próximo ano

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postado em 23/12/2013 14:29 / atualizado em 23/12/2013 14:39 Carolina Cotta /Estado de Minas
Contagem compartilha o perfil de cidade industrial com outros tipos de imóveis: em primeiro plano, galpão, e, ao fundo, unidades residenciais  - Eduardo de Almeida/RA Studio - 20/12/12 Contagem compartilha o perfil de cidade industrial com outros tipos de imóveis: em primeiro plano, galpão, e, ao fundo, unidades residenciais

Crescimento. Mas um crescimento tímido. É essa a perspectiva para o mercado imobiliário de Contagem em 2014. Assim como nos últimos anos, a comercialização de imóveis deve seguir aquecida, porém menos animadora do que em 2013. Para Leandro Barroso, diretor da Adifer Imóveis e vice-presidente da rede Netimóveis Contagem, os dois eventos mais esperados do ano têm total relação com esse desaquecimento. “Por incrível que pareça, eleição atrapalha sim. E os investimentos imobiliários necessários para a Copa já foram feitos”, justifica.

A Copa do Mundo deve atrapalhar porque, assim como o Natal, é um evento que esfria a procura por imóveis. “Durante a Copa as pessoas só pensam nos jogos, ninguém quer procurar imóvel. É como no fim do ano. Será um período paralisado, um tempo a menos para fechar negócios. A eleição atrapalha porque as pessoas ficam temerosas de que ocorra alguma mudança na economia. Também preferem esperar o novo governo para ver se algo melhora”, explica Barroso, que também não vê com muita expectativa um possível aquecimento do aluguel no torneio de futebol. “Esse aluguel de temporada não é do nosso costume”, adianta o diretor da Adifer.

Mas até aqui tudo não passa de uma impressão. “Não há nenhum fator específico que nos dê certeza dessa manutenção no crescimento. É o que pressentimos em função do nosso conhecimento do mercado e, principalmente, pela análise dos últimos oito anos, período no qual observamos um crescimento, mesmo que um pouco menor que o registrado num período mais recente. Presidente da Câmara do Mercado Imobiliário, Evandro Negrão de Lima Júnior é um pouco mais otimista. “Ainda existe uma forte demanda compradora. Tivemos muitos lançamentos em 2013 e isso gera uma expectativa”, defende.

MODERAÇÃO

Além disso, o cenário macroeconômico – em que crédito, juros e índices de desemprego continuam em um viés positivo – favorece o mercado. “Acreditamos que os preços devem aumentar igual ou pouco superior à inflação.” Na opinião de Evandro, o mercado de Contagem deve ter um crescimento moderado. “Foram muitos lançamentos em 2013, que melhoraram o padrão e o preço médio da cidade. Isso animou o mercado e pode ser a porta de entrada para empreendimentos com um novo perfil, como os imóveis de preço médio mais alto. Com o crescimento, é natural que a cidade perca seu aspecto industrial para valorizar mais o comércio e o serviço.” E o residencial também. O Oásis, principal empreendimento imobiliário de 2013, terá novos braços no próximo ano. Aliás, segundo Júnior Bosco, gerente comercial da Direcional Engenharia/Regional Minas, o produto faz parte do portfólio de 2014.

A primeira das cinco incorporações, o Residencial Origem, com cinco torres de apartamentos, está esgotada. “Vendemos 600 unidades em duas semanas”, comemora Leandro Barroso, da Adifer. Os apartamentos de dois quartos e 60 metros quadrados (m²) por R$ 270 mil, e os de três quartos e 72m² por R$ 340 mil chamaram a atenção de futuros moradores e investidores. Quem quiser um lugar no condomínio resort terá que esperar os novos lançamentos. Em 2014.

Crescente mudança no perfil da cidade
Enquanto empreendimento de grande porte revelou uma demanda reprimida por imóveis com padrão mais elevado e lazer completo, construção de shopping também alavancou bairros
Perspectivas do Origem Residencial Oasis. Padrão de luxo atiçou o desejo de aliar qualidade de vida e mudança de imóvel  - Direcional Engenharia/divulgação Perspectivas do Origem Residencial Oasis. Padrão de luxo atiçou o desejo de aliar qualidade de vida e mudança de imóvel

Lançado em novembro, o megaempreendimento Oásis apresentou um novo conceito a Contagem: os gigantescos condomínios resorts. E a julgar pelo sucesso, criou uma demanda já esperada pela Direcional Engenharia, para a qual Contagem é a menina dos olhos do próximo ano. Encabeçando a linha de empreendimentos de 2014, o Oásis é um conjunto de cinco incorporações, todas independentes: quatro residenciais e uma comercial. A primeira delas, o Residencial Origem, está esgotada e deve ser entregue em 2016. E no ano que está chegando, a construtora deve lançar mais uma das incorporações residenciais do projeto, ainda no primeiro semestre. Nessa serão quatro torres com apartamentos de três e quatro quartos.

A incorporação comercial é uma das mais esperadas. São quatro torres de lojas e salas comerciais, além de um hotel de bandeira internacional. Segundo Júnior Bosco, gerente comercial da Direcional Engenharia/Regional Minas, a construtora também lança em 2014 um novo empreendimento de dois e três quartos ao lado da PUC Contagem.
Direcional Engenharia/divulgação

“Contagem é uma cidade em frequente mudança. Em nossas pesquisas, ela aparece como uma das que mais se desenvolvem na região metropolitana. Além disso, ainda tem disponibilidade de grandes áreas para implantação de condomínios maiores. E está na cara de Belo Horizonte, dentro de nosso nicho de atuação”, defende. A Direcional tem mais quatro grandes terrenos com projetos em desenvolvimento, também no perfil do Oásis, mas não com dimensões tão grandes. “Esses espaços variam de 20 mil a 60 mil metros quadrados, enquanto o Oásis tem 200 mil”, acrescenta Bosco.

EM ALTA

Quando o assunto é bairro, a expectativa volta-se para o Cabral. A região deve voltar a atrair novos investimentos depois que o Shopping Contagem foi inaugurado, no final de novembro. Considerado o maior da região, o shopping ocupa uma área bruta locável de 35 mil metros quadrados e contará com 220 lojas, sendo sete âncoras e quatro megalojas. Desse total, pelo menos 110 já estão em funcionamento. Para Giovanni Baroni, da Gold Imóveis, o shopping era o que faltava para atrair mais moradores para o bairro no limite com Belo Horizonte, que se tornou um fenômeno imobiliário nos últimos anos.

Leandro Alves Barroso, vice-presidente da rede Netimóveis Contagem, aposta no incremento de vendas no Bairro Cabral, em função de centro comercial e do câmpus do Cefet  - Maria Tereza Correia/EM/D.A Press - 10/9/13 Leandro Alves Barroso, vice-presidente da rede Netimóveis Contagem, aposta no incremento de vendas no Bairro Cabral, em função de centro comercial e do câmpus do Cefet
A MRV, construtora que “descobriu” o Cabral, também tem novos empreendimentos para lançar nos próximos anos. “As expectativas são enormes. A região não tinha um centro comercial como tem agora, com o shopping. Também teremos a inauguração de um câmpus do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) prevista para 2014, e de um grande supermercado. Tudo isso deve melhorar o padrão e aumentar o valor dos imóveis na região. Leandro Barroso, vice-presidente da rede Netimóveis Contagem, também aposta no bairro. “O Cabral estava parado. Com o shopping, deve ser o bairro que mais vai crescer em 2014”, acredita.

Mas uma mudança deve atrapalhar a compra de terrenos por pessoas de menor renda. Segundo Leandro, há dois meses a possibilidade de comercialização de fração ideal de terrenos acabou. “Cada região tem um limite mínimo para o tamanho do lote. No Eldorado, por exemplo, é de 350m². Não se pode mais dividir a área em porções menores que essa. Antes, as pessoas compravam, fracionavam e assim conseguiam ter uma porção de terra para construir. Não era ilegal, mas a partir de agora não pode. A regra já está em vigor, embora existam órgãos tentando retroagir a decisão do município. Isso deve reduzir, consideravelmente, a venda de terrenos”, alerta Leandro.

Tags: mercado imobiliário

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Filipe - 23 de Dezembro às 22:56
Especialistas do mercado acreditam na forte demanda vivida em 2013? Onde? Leiam a excelente matéria do site Infomoney onde o economista Luis Carlos Ewald fala no estouro da bolha, e que "não se vende nada. Está desesperador."

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