Casas em Miami podem ser encontradas de US$ 290 mil a US$ 480 mil
O mercado de imóveis está aquecido nos Estados Unidos e apesar do dólar valorizado, o momento ainda é bom para se investir, já que por aqui, os preços seguem em alta. Em Miami e Orlando é fácil encontrar imóveis de luxos de US$ 290 mil a US$ 480 mil. O metro quadrado é negociado a partir de R$ 3,3 mil, mais em conta do que em bairros nobres de Belo Horizonte, onde o valor mediano da metragem é R$ 4,8 mil. No Brasil, o metro quadrado mais caro é no Leblon, no Rio de Janeiro, onde chega a custar R$ 21,9 mil.
De acordo com a pesquisa Profile of International Home Buyers in Florida, os brasileiros ocupam a terceira posição entre os estrangeiros que mais compraram imóveis na Flórida em 2013. Além disso, a estimativa é de que em dois anos, o grupo lidere as compras de imóveis no estado. Prova disso é que na Vitoria Group, grupo imobiliário que atua no mercado de Orlando e Miami, a clientela brasileira aumentou 90% nos últimos cinco anos. “Nosso público era a maioria americano, canadense e europeu. Atualmente, os brasileiros ocupam o terceiro lugar e representam 47% dos compradores na Flórida”, disse a CEO do grupo, Edna Batini. Até o fim de 2014, a expectativa é de que a empresa fature US$ 3 milhões, um crescimento de 45% em relação ao ano anterior, somente com aluguel e vendas de imóveis na Flórida.
O motivo da demanda alta, segundo ela, são as boas oportunidades e facilidades na aquisição, financiamento, juros mais baixos que no Brasil e preços acessíveis. Ela explica que se a compra for feita à vista, as condições são mais atrativas. Na maioria dos casos, o comprador precisa apenas de passaporte com visto e de fazer a transferência de valores. Para quem vai financiar, a dica é ficar de olho nas variações cambiais e taxas de juros, que giram em torno de 5% ao ano. Batini explica que alguns bancos de investimento americanos financiam o estrangeiro entre 60% a 70% do valor do imóvel, para tanto, o comprador deve dispor 40% a 30% em cash. "A maioria dos investidores brasileiros procura casas que tem a possibilidade de alugar para curta temporada. Assim eles recebem uma receita dos aluguéis e usam o imóvel quando lhes for oportuno”, conclui.
É o caso do advogado tributarista Célio Montenegro, que em menos de dois anos, investiu em duas casas nos EUA. A última em 2013, em Miami e a outra em 2011, em Orlando, quando o mercado imobiliário local ainda era castigado pela crise hipotecária. O imóvel na cidade praiana, comprado por US$ 200 mil, rende cerca de R$ 3,5 mil mensais ao advogado, em torno de US$ 1,6 mil. Já em Orlando, a diária varia de US$ 220 a US$ 260 (de R$ 494 a R$ 583), dependendo da temporada. “Vou muito com a família e comprei numa época boa”, afirma Montenegro, que pagou US$ 355 mil pelo imóvel, hoje, segundo ele, avaliado entre US$ 450 e US$ 600 mil.
Cautela
É preciso avaliar os mercados. De acordo com Luiz Antônio Rodrigues, presidente da Lar Imóveis, grupo mineiro que passou a fazer negócios na Flórida, é preciso observar as condições tanto nos Estados Unidos quanto no mercado brasileiro. Ele observa o mercado norte-americano bastante aquecido, com imóveis valorizados. Ao contrário do observado no Brasil, em reação. “O momento nos Estados Unidos, em especial na Flórida, está altamente voltado para o vendedor, que dá as cartas. Ao contrário do que ocorre no Brasil, propício ao comprador por conta dos efeitos da Copa a Mundo e desaceleração da economia”, conclui.
Como comprar?
O primeiro passo para adquirir um imóvel na terrinha do Tio Sam é procurar uma assessoria jurídica ou imobiliária, depois atentar para o tipo de financiamento mais adequado, além de custos e impostos. Pesquisar a localização do imóvel também é bastante importante por conta da valorização em um eventual retorno com aluguel.
No caso de aquisição através de financiamento bancário os documentos basicamente são cópia do passaporte com visto americano válido, dois últimos anos mais recentes do imposto de renda, extrato de conta corrente que demonstre o depósito da compra sendo retirado da mesma conta, duas cartas de referência (cartas de idoneidade) de cartões de crédito e ou financeiras, dois meses de extratos bancários que demonstre o depósito na conta pelo menos por 60 dias, reporte de crédito do seu país, recibo do imposto predial das propriedades e comprovação de renda.
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