Desde os primórdios, o ser humano preza por ter seu trabalho devidamente valorizado. Contudo, nem todas as áreas de atuação propiciam ao profissional reconhecimento financeiro de acordo com suas expectativas. Mesmo num processo evolutivo desde a regulamentação do posto, muitos corretores de imóveis ainda optam por trabalhar na informalidade e também apelam para atitudes escusas a fim de obter rendimentos maiores que o usual. Pensando na reversão desse quadro e com o intuito de ampliar a gama de opções dos profissionais que atuam na área da corretagem, a Morus Imóveis, do empreendedor Alexandre Gribel, desenvolveu novo modelo que chega a duplicar os ganhos de quem adere ao formato, considerado por ele "revolucionário".
Ao se apropriar de prática usual nos Estados Unidos, porém "tropicalizando-a", Gribel procurou primar por uma valorização da atividade de corretor. "Queremos valorizá-lo investindo em treinamentos, respeitando-o por meio de remuneração condizente com seu trabalho e também em tecnologias que o auxiliem a desenvolver melhor as práticas, como o e-commerce, por exemplo", comenta. Dentro desse modelo, as comissões pagas aos corretores podem chegar a até 60%, enquanto no mercado o teto fica na casa dos 27%.
O processo é novidade e o empreendedor tem expectativas de expandi-lo para outros centros, como São Paulo e Rio de Janeiro. "Você cria algo novo em momentos mais delicados do mercado, verifica os erros e tenta consertá-los. Já temos investidores desejosos em trabalhar conosco e pretendemos expandir as operações para São Paulo e Rio de Janeiro o quanto antes", ressalta Gribel. Vale frisar que, para implementar o modelo, a Morus se preparou previamente e fez investimento de R$ 500 mil na estrutura física e no ano que vem injetará R$ 1 milhão na área de tecnologia da informação.
VANTAGENS PARA TODOS Para a Morus, o objetivo é quadruplicar as vendas já em 2015. Com isso, apesar da redução na margem de lucro, haverá ganho maior graças ao maior número de negócios concretizados. Para as construtoras, a potencialização das vendas é algo extremamente vantajoso, como destaca Aguilar Lopes de Sá, diretor comercial da Concreto Construtora. "Vendemos 280 unidades de um empreendimento nosso em seis meses no formato antigo. Com esse modelo novo, abraçado por nós, esperamos vender as 168 unidades da torre a ser lançada em apenas dois."
O diretor crê que o novo e arrojado molde "funciona" exatamente pelo fato de valorizar o "profissional que está na ponta". O corretor Mayk Santos é um exemplo digno de exaltação. Com apenas 21 anos, Santos praticamente duplicou seus rendimentos e atualmente recebe 45% de comissão nas vendas. A meta é atingir os 60%. "Tenho em mente tornar-me um corretor sênior em até seis meses", diz. O profissional cogitou abrir um escritório próprio, mas os altos gastos na empreitada e, principalmente, as vantagens que tem o fizeram permanecer fiel à Morus. "Sou dos mais jovens dentro da empresa, trabalho aqui faz três anos. Essa valorização e estrutura oferecida não encontrarei tão facilmente", finaliza. Os agentes também poderão atuar externamente, sem estar vinculados ao escritório físico da Morus – caso atendam às demandas da empresa.