Ter um imóvel próprio, seja casa, escritório e/ou uma loja parece ser um sonho para muitas pessoas. E, justamente por isso, todos os detalhes antes da aquisição precisam ser bem analisados, a fim de que o investimento feito no financiamento do imóvel seja compensatório economicamente. Dessa forma, três pilares podem ser cruciais nesse contexto: a pesquisa, a negociação e o conhecimento dos custos.
Isso porque, conforme explica o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habilitação (ABMH), Vinícius Costa, os financiamentos imobiliários não consistem somente em
juros remuneratórios – cobrados para remuneração de capital emprestado. Ou seja, para financiar um imóvel, demais
custos existem.
“Financiamento não é somente pagar as devidas parcelas, pois tudo que se paga para aquisição do imóvel deve ser computado como custo daquele negócio O mutuário tem, por exemplo, que pagar seguro obrigatório, taxa de administração e, também, em alguns casos, taxa de avaliação de imóvel ou de cadastro/avaliação do consumidor. Tudo isso contempla o Custo Efetivo Total (CET) que o financiamento gera para o consumidor”, destaca.
Neste contexto, Costa explica que outro aspecto funcional e que deve ser de conhecimento de qualquer mutuário antes de o financiamento imobiliário ser concluído, e que também diz respeito a essas taxas, é a periodicidade.
“A taxa de administração de contrato deve ser paga mensalmente, mas as demais só podem ser cobradas uma única vez, e ainda assim devem ser analisadas, a fim de conferir legitimidade e regularidade perante as normas do Banco Central do Brasil.”
Costa destaca, ainda, que, justamente pela necessidade de que o consumidor conheça e entenda todas essas medidas, se faz necessário realizar
consultas e
pesquisas a respeito do financiamento como um todo e de suas melhores
aplicações.
“O mais indicado antes de fechar qualquer negócio é pesquisar instituições que atuam no ramo, buscar
simulações, comparar
resultados e
custos e, a partir daí, optar por aquela que ofereça melhores
condições e que implique
menor custo ao final do contrato.”
Neste sentido, segundo o presidente da ABMH, para quem deseja financiar um imóvel com custos menores, ter os juros em baixa é um ponto crucial para dar início a uma negociação com instituições financeiras. E isso devido ao fato de, conforme Costa explica, não haver um valor máximo e/ou mínimo estabelecido por lei para a taxa de juros.
“Trata-se de uma questão subjetiva que o banco repassa ao seu cliente. Fatores como Score – pontuação de consumidor no mercado – positivo e relação com a instituição financeira, como conta corrente, investimento, entre outros, podem influenciar na redução da taxa de juros e, consequentemente, auxiliar no fechamento do contrato”, informa.
Ainda, de acordo com o especialista, para além das taxas de juros, a necessidade de seguro obrigatório precisa ser outro ponto de análise e atenção no momento de financiamento imobiliário, haja vista a necessidade de que uma empresa especializada no ramo seja contratada.
Em alguns casos, o presidente da ABMH destaca que as próprias instituições financeiras responsáveis pelo financiamento costumam indicar, ao futuro investidor, empreendimentos que fazem essa função.
Porém, essa recomendação não precisa ser aceita, sendo o mutuário autorizado a apresentar propostas de empresas de seu interesse.
De acordo com Costa, caso o banco force a aceitação de sua indicação, a venda pode ser considerada como casada, o que ocorre quando o consumidor, ao adquirir um produto, obrigatoriamente precisará fazer o mesmo com outro indicativo, seja ele de mesma espécie ou não.
* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram