postado em 05/07/2022 12:57
/ atualizado em 05/07/2022 13:33
A busca pelo imóvel ideal começou à distância, com a ajuda da arquiteta Marina Vilaça do escritório MBV Arquitetura. / Fotos: Juliano Colodeti do MCA Estúdio
Fazer ou não um projeto à distância? Eis a questão... essa história é para quem ainda tem medo de encarar essa empreitada, olha só.
Morando do outro lado do mundo, mais precisamente na Nova Zelândia, o casal na faixa dos 60 anos (ele carioca e ela neozelandesa; com filhos de relacionamentos anteriores), queria um apartamento para passar as férias no Rio quando viessem ao Brasil, e para emprestar por temporadas aos amigos e familiares.
A busca pelo imóvel ideal começou à distância, com a ajuda da arquiteta Marina Vilaça do escritório MBV Arquitetura. Opções de imóveis encontradas, Marina elaborou uma ficha de cada uma delas para serem discutidas em reuniões pelo Zoom. Quando o “martelo bateu” no apartamento antigo de 206 m² no Leme, o casal veio ao Brasil apenas para fechar o negócio e escolher os materiais da reforma que seguiria. E assim foi dado o “start”. “Semanalmente, eu mandava os relatórios, com o andamento da obra”, descreve Marina. Foram seis meses até o fechamento do projeto e mais sete meses de obras até finalizar a decoração, que mesclou referências carioca e neozelandesa.
Para dialogar em harmonia com o que foi preservado, o branco foi a cor para favorecer a iluminação natural e deixar que outros elementos sejam destaque. / Fotos: Juliano Colodeti do MCA Estúdio
Novo Layout
Por ser um imóvel antigo, o layout era muito compartimentado e as circulações confusas, o que tornava o apartamento escuro. Assim, a primeira providência de Marina foi eliminar algumas paredes integrando toda a área social e possibilitando a entrada de luz natural.
Isso fez com que imóvel passasse a aparentar ser muito maior e limitou limitar o uso do ar-condicionado, que é quase obrigatório no Rio. Repare que entre a cozinha e a sala a estratégia foi colocar portas de vidro para dividir os ambientes sem comprometer a luminosidade e mantendo a sensação de um espaço único.
Outra mudança estrutural, e que marca bem as diferenças entre imóveis antigos e novos, foi em relação aos banheiros. Na planta original eram três banheiros; dois sociais, um de serviço e nenhum suíte. Como um desses banheiros tinha assombrosos 12 m², a arquiteta transformou-o em três, formando duas suítes e um lavabo. Já o outro banheiro social deu lugar à lavanderia e a antiga área de serviço foi toda demolida para ampliação da cozinha.
Ainda em relação às questões estruturais e de revestimentos, os clientes quiseram manter os detalhes originais do imóvel: sancas elaboradas, pé-direito alto e o taco lindo escondido sob o carpete. Para dialogar em harmonia com o que foi preservado, o branco foi a cor para favorecer a iluminação natural e deixar que outros elementos sejam destaque.
É o caso dos detalhes em preto e cinza, presentes na esquadria das portas de vidro e nas bancadas em Dekton da cozinha, que conferem contemporaneidade ao projeto. Não posso deixar de citar as pitadas de verde nas almofadas e no buffet garimpado em antiquário que partiram do papel de parede na varanda com suas estampas de folhagens.
Inspirado no piso original em mármore da varanda, que foi recuperado e mantido, foi escolhido para a cozinha um porcelanato que faz referência ao Carrara e neste ambiente um conceito inusitado: um estar com direito a sofá e TV. “Apesar do estranhamento inicial, é prático e extremamente agradável passar horas ali, interagindo com quem está cozinhando, sentado nas banquetas e vendo alguma coisa na TV ou comendo no sofá!”, diverte-se a arquiteta. Para finalizar, a mudança do quarto.
Originalmente, o imóvel tinha uma segunda varanda aberta, mas que já contava com fechamento em vidro. Com o novo projeto, o acesso ao quarto principal passou a ser por essa varanda que se transformou em uma sala íntima da suíte master, com um banco curvo e uma mesa, tornando-se o cantinho perfeito para um café da manhã ao sol.
E voltando à questão lá do início dessa matéria, uma boa notícia aos receosos: o projeto online funcionou tão bem, que a arquiteta já desenvolveu para os clientes um outro projeto; desta vez na Nova Zelândia, de uma casa em um vinhedo que está atualmente em obras.
A jornalista, apresentadora e locutora Janina Ester é especializada em Arquitetura e Decoração, segmentos que aborda em suas Palestras, redes You Can Find e no Programa de rádio Decor e Arte. Com 20 anos de experiência, + de 70 mil seguidores no Instagram e de 140 mil ouvintes, tornou-se também influencer dos segmentos afins, target A/B, como Moda, Lifestyle e Saúde