Uma casa "muito engraçada" e bem sustentável é a proposta do arquiteto Gustavo Calazans para a 26ª Casa Cor São Paulo, que segue até 22 de julho no Jockey Club. O espaço "Por uma vida + colorida for you", com 64 m², levou 400 caixas de papelão, além de gabinetes de geladeira em sua estruturação. Esse materiais teriam como destino o lixo.
Longe da coloração "craft" padrão das caixas, o papelão que recobre o forro recebeu seis diferentes matizes da escala Pantone. Por sua vez, as carcaças de geladeiras se transformaram em sofás e bancos ou foram transfigurados em "telas" para a arte de um grupo de grafiteiros.
A proposta de Calazans, com esse espaço, é a da democratização da arquitetura de interiores. A ideia surgiu de uma observação feita na última edição do evento. "Fiquei impressionado ao ver a grande quantidade de caixas que embalam os produtos utilizados na Casa Cor indo para o lixo, e foi isso que me inspirou a desenhar o projeto do evento deste ano, mostrando que sustentabilidade é mais do que a palavra da moda: é um conceito que, se não for levado muito a sério, fará com que a nossa sobrevivência seja insustentável neste mundo", explica.
Decoração democráticaCom o intuito de democratizar a arquitetura de interiores, Calazans ainda optou por ambientar seu espaço com almofadas, luminárias, cortinas e tapetes, criando um estilo contemporâneo e multicolorido a partir de soluções simples e de baixo custo.
A inspiração para a casa reciclada não surgiu de muito longe, foi o próprio lixo gerado pela mostra que motivou o arquiteto. Calazans por duas vezes ganhou o Prêmio Planeta Casa - que contempla projetos sustentáveis - em 2005 e 2011. Ao todo, no currículo, o profissional conta 250 projetos.