Estética dos desenhos

Escolha da estampa na decoração é bem pessoal e deve seguir certas regras

Profissionais apontam erros e acertos dessa tendência

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postado em 03/03/2014 11:48 Lilian Monteiro /Estado de Minas
No projeto da arquiteta Estela Netto, a chaise na varanda tem estampa leve, com tema do fundo do mar
 - Jomar Bragança/Divulgação No projeto da arquiteta Estela Netto, a chaise na varanda tem estampa leve, com tema do fundo do mar
Floral, listras, xadrez, provençal, psicodélica, gráfica ou motivos tomados do mundo da moda, como pied de poule (do francês, pé de galinha) ou tweed. O que não falta é diversidade de estampas, que, usadas na medida certa, vão dar charme e um toque de ousadia e descontração a qualquer ambiente, dos projetos residenciais aos comerciais. Com lugar garantido no universo fashion, também invade o décor a mistura de estampas num mesmo espaço. A ideia de criar um composé ou coordenado (ver saiba mais) é uma forma prática de colocar a tendência ainda mais em evidência. Para quem gosta de estampa, é fácil de adotar. Quem tem insegurança pode começar aos poucos, nos detalhes. A arquiteta Estela Netto, especialista em história da cultura e da arte e há 11 anos à frente do escritório Estela Netto Arquitetura e Design, reforça que essa é uma escolha bem particular. “Há quem adore e quem ache, por ser mais clássica e valorizar o atemporal, que vai enjoar, cansar diante de mais informação.”


Estela observa que a estampa na decoração funciona como na moda. “É legal misturar e apostar na relação com a alfaiataria. O uso do xadrez e do pied de poule funciona bem. Vale experimentar. A estampa fragmentada diminuiu o espaço e para dar sensação de amplitude é indicado o mesmo material ou textura para uma mesma superfície. Por isso, é recorrente o uso de painel na cama de 1x20m, 1x10m para ampliar.” Ou seja, estampas podem aumentar ou diminuir o ambiente. Na roupa, listras horizontais engordam; na casa, proporcionam amplitude em ambiente pequeno. As verticais deixam o corpo longilíneo e o espaço ganha em altura. Cuidado para não pesar nas proporções, pois pode ficar poluído.
Cadeiras birds e cadeiras arabescos da Bem Dito Canto, especializada em reformas de móveis antigos - Andressa Bonn/Divulgação Cadeiras birds e cadeiras arabescos da Bem Dito Canto, especializada em reformas de móveis antigos
Cadeira e pufe da estampa da marca italiana Missoni se destacam pelo ziguezague - Todeschini/Divulgação Cadeira e pufe da estampa da marca italiana Missoni se destacam pelo ziguezague
Dica básica, para iniciantes, é sempre ter uma cor comum entre as diferentes estampas. Mas Estela subverte essa regra na decoração, pelo menos porque há mais elementos do que na moda. “Tem mobiliário, marcenaria, tapete, luz, cortina, textura. Então, a mistura de estampas como poá, xadrezes diferentes está correta, desde que o link ocorra em outros elementos, como num detalhe da mesma cor na marcenaria. Terá de aparecer em algum momento para não ficar desconexo.”

Estela recomenda prudência na hora de lidar com a estampa. De repente, um papel de parede florido enjoa mais rápido do que um revestimento neutro. “É melhor usar com moderação, porque ao mesmo tempo em que ela levanta e alegra, pode pesar e envelhecer rápido. Projetos residenciais não são efêmeros como a moda ou mesmo ambientes comerciais, que são mais descartáveis ou exigem mudanças para atrair clientela ao vender modernidade. ”

Então, na hora de arrasar na escolha das estampas, animal print, geométrico, campestres ou grafismos podem ganhar espaço em objetos menores como cadeiras, pufes, poltronas ou sofás. Também ficam charmosos em detalhes de almofadas, luminárias, tapetes ou adornos. Detalhes menores facilitam a troca da decoração com mais frequência. Quanto às cores, se não for as mesmos, precisam ser equivalentes. Azul com cinza e azul com roxo, por exemplo.

HARMONIA
Sofá moderno criado pelo designer Marcus Ferreira e a estilista Adriana Barra - Carbono/Divulgação Sofá moderno criado pelo designer Marcus Ferreira e a estilista Adriana Barra
A decoradora Giovana Rabelo, do Escritório de Design de Ambientes, concorda que a brasileira adora uma estampa e que os tecidos de várias cores, temas, tamanhos e padronagens podem entrar de maneira harmoniosa na decoração de forma variada e em todos os ambientes. “O erro está no exagero, no mau gosto e no excesso. Menos é sempre mais. Na dúvida, use em detalhes ou em peças pequenas. É a melhor solução.” É possível misturar estampas, mas ela recomenda a assessoria de um profissional: “É preciso um pouco de experiência, cautela e técnica. Temos composés para facilitar na hora da escolha.”

Giovana enfatiza que não há situação específica para usar estampa. “Basta gostar.” Agora, ao optar por revestir peças do mobiliário, a decorada recomenda que o revestimento combine com o contexto do ambiente. E o bacana dessa proposta é que basta trocar a estampa para ter a sensação de decoração nova. É possível brincar e mudar com maior frequência. “Hora escolhemos poltronas, às vezes cadeiras de jantar e outras até o sofá, por que não?”

SAIBA MAIS » Composés e coordenados

Graduado pela Escola de Belas Artes da UFRJ e pós-graduado em design de estamparia, o carioca Wagner Campelo, que trabalha como designer freelancer e é professor dos cursos de graduação e pós-graduação do Senai-CETIQT, no Rio de Janeiro, conceitua a diferença básica entre composés e coordenados. De acordo com ele, composés são estampas criadas a partir de outra, seja usando parte dessa estampa original ou apenas alguns de seus elementos reorganizados em novas composições diferentes o bastante para serem consideradas estampas distintas. E coordenados são estampas criadas com a finalidade de combinar esteticamente entre si e para uso conjunto. “Desse modo, tanto os composés quanto os coordenados só podem existir em função de outra estampa, da qual derivam ou com a qual se relacionam.”
Todeschini/Divulgação

Tags: decoração

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