Diretor da Expertise, Marcelo Cenni observa que pessoas querem conforto, antes de qualquer coisa
Empresários do setor da construção civil contam com uma importante ferramenta de planejamento para os próximos anos. Baseados em dados divulgados pela Expertise Inteligência e Pesquisa de Mercado, os empreendedores voltam a apostar em apartamentos residenciais com bom acabamento, mas sem suntuosidade, tendência dos últimos tempos. Eles também mantêm os olhos nas áreas de crescimento imobiliário em Belo Horizonte, reafirmadas pelo Diagnóstico do Mercado Imobiliário de BH e Região Metropolitana. De acordo com a análise, seguirão em expansão os eixos Norte/Noroeste e Oeste (Confins, Lagoa Santa e Santa Luzia).
Na direção sul, a expansão residencial se destaca pelos grandes investimentos imobiliários, principalmente no município de Nova Lima. Em Brumadinho, o crescimento alcançará taxas significativamente altas. O aumento populacional nos dois municípios tem sido capitaneado pelos grupos de alta renda. Entre aqueles que chegaram às cidades depois de 1995, destaca-se um percentual de cerca de 10% de pessoas com renda acima de 15 salários mínimos.
É importante ressaltar, no entanto, que quase a metade daqueles que mudaram no mesmo período é constituída de pessoas de renda muito baixa. São, em geral, trabalhadores pouco qualificados, prestadores de serviços pessoais, que atuam nas residências dos segmentos de alta renda e na infraestrutura das cidades.
Para concluir o exposto, a empresa de pesquisa ouviu pessoas com renda superior a R$ 2,5 mil residentes em BH e região metropolitana. Foram analisados 5.097 casos, que revelaram tendências importantes para os próximos anos no mercado e avaliaram o comportamento até aqui. Além das áreas de crescimento, foram apurados o perfil de imóvel desejado, idade e renda dos interessados em comprar um nos próximos anos.
Segundo o diretor da Expertise, Marcelo Cenni, durante muito tempo as construtoras se concentraram em empreendimentos de altíssimo luxo na Região Sul. "Mas BH tem uma quantidade limitada de pessoas com renda nesse patamar e, a cada venda de uma habitação nova, demandava outra venda, pois o comprador sempre entrava com a antiga moradia como parte do pagamento, que também já era de alto padrão".
A demanda ainda existe, mas, na avaliação de Marcelo, abriu para apartamentos de três quartos, com bom acabamento, mas sem luxo. "São pessoas que querem conforto, mas não fazem questão de ter piso de mármore. Também há procura significativa por apartamentos singles, de um quarto, para casais sem filhos ou homossexuais e solteiros".
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