Acompanhe também o Lugar Certo pelo TwitterA preocupação com o meio ambiente movimenta o mercado imobiliário no Brasil. As construtoras correm atrás de soluções sustentáveis para economizar, principalmente, água e energia elétrica. Além de conquistar o consumidor final, será diretamente beneficiado com a redução dos gastos, elas querem aumentar o valor agregado do imóvel.
A partir de agora, os engenheiros terão uma motivação a mais para planejar edificações ecologicamente corretas: o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) lançou a Etiqueta Nacional de Conservação e Energia (Ence) para classificar construções em mais ou menos eficientes.
A proposta do Inmetro é criar um incentivo para que a população tenha consciência na hora de construir ou comprar um imóvel. “Você vai gerar benefícios para o país, para o meio ambiente e para o mercado”, afirma um dos integrantes da equipe técnica do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), responsável pela elaboração da Ence, Márcio Damasceno.
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“O valor das edificações tende a aumentar.” Na venda de eletrodomésticos, que já são classificados de acordo com a eficiência energética, a etiqueta tornou-se fator decisivo para 85% dos brasileiros fecharem negócio.
A Ence vai funcionar nos mesmos moldes das que encontramos em geladeira, por exemplo. No caso das edificações comerciais, são avaliados três critérios para dar classificação de A a E: iluminação, sistema de ar condicionado e envoltória (área que separa a construção do meio externo, como cobertura e fachada).
Com a etiqueta também será possível visualizar o potencial de economia de energia. Em um ano do PBE, 14 projetos de edifícios comerciais foram classificados em várias partes do Brasil – Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Pará. Análise feita com os dados desses prédios já comprovou que dá para reduzir o consumo de energia em até 50%.
Em Minas, ainda não existe nenhuma edificação com a Ence, mas várias construtoras já desenvolvem projetos voltados para eficiência energética. A Construtora Atrium, por exemplo, só usa vidro de autoperformance na fachada dos prédios comerciais.
“O vidro é ecologicamente correto. Ele consegue absorver o calor, em vez de refleti-lo, e não deixa voltar para a atmosfera. Ao mesmo tempo, deixa a luz natural entrar”, explica o engenheiro e diretor comercial da empresa, Guilherme Maynard Cerqueira. Assim, é possível reduzir o uso do ar-condicionado e, por consequência, economizar energia elétrica.
O único porém, na visão dos clientes, é o preço do vidro de autoperformance, que custa 30% a mais que um vidro comum. “Como o vidro é mais caro, você tem que vender a ideia para o cliente”, comenta o engenheiro. “A diferença você recupera na economia do ar-condicionado. Em 10 anos você consegue pagar todo o custo do vidro.”
ResidenciaisO regulamento da Ence para edificações residenciais ainda está em desenvolvimento, mas deve ficar pronto até o fim do ano. Nesse caso, não só as construtoras poderão solicitar a etiqueta de eficiência energética. Um proprietário terá a possibilidade de pedir a classificação para seu apartamento.