Coordenador na UFMG, Dalmo Figueiredo explica que, apesar de não ser nova, técnica evoluiu com o tempo
Ultimamente, o Brasil tem avançado no que se refere a tecnologia de obras, possibilitando a execução de construções com rapidez, qualidade e conceitos de destaque. A construção industrializada se mostra uma opção muito mais competitiva, tanto para satisfazer às exigências de projetos de alto padrão quanto aqueles desenvolvidos para o segmento de baixa renda.
Com isso, surgem construtoras que têm se especializado nesse segmento, oferecendo sistemas de construção com o mesmo nível de tecnologia empregado em países como Estados Unidos, Canadá e Austrália. Utilizando esses avanços, estima-se que casas populares podem ser construídas em série em, aproximadamente, 30 dias, prazo inviável em edificações de alvenaria.
O sistema que possibilita tanta eficiência construtiva é denominado steel frame, também conhecido no Brasil como construção a seco. Engenheiro civil, coordenador do curso de especialização em construção civil da Escola de Engenharia da UFMG, Dalmo Lúcio Mendes Figueiredo explica que o steel frame é um sistema construtivo que substitui a estrutura e paredes tradicionais usadas nas edificações.
Redução no prazo de entrega, melhoria da produtividade, diminuição do desperdício e padronização da construção, garantindo melhor controle da qualidade e, consequentemente, aumento no resultado econômico são alguns dos benefícios apontados pelo diretor da Epo Engenharia, Gilmar Dias. Ele reconhece que não só a utilização steel frame como também de outras tecnologias industriais, vem crescendo de forma expressiva no Brasil.
Gilmar Dias, diretor da EPO Engenharia, destaca a padronização da construção e melhoria da produtividade
Segundo dados da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (Abcic), a pré-fabricação em concreto utilizada em edifícios verticais e horizontais consumiu mais de 2 milhões de metros cúbicos dessa matéria-prima em 2010, somando um faturamento de R$ 5,5 bilhões. E a expectativa é de que essa demanda cresça entre 15% e 20% este ano.
Apesar de não ser nova, a técnica evoluiu com o tempo, graças às novas tecnologias que possibilitaram o uso de novos materiais. “O sistema surgiu nos Estados Unidos, no século 19, quando, em razão do grande crescimento populacional, foi necessário desenvolver um sistema construtivo rápido e que utilizasse um material com grande disponibilidade, a madeira”, explica Dalmo Figueiredo.
Em construção pela Epo, a Torre WRV, no Bairro Cidade Jardim, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, é um exemplo de edifício erguido utilizando steel frame, como conta o engenheiro responsável pela obra, Fabio Figueiredo. Com 10 pavimentos e 5.546 m² de área construída, o empreendimento comercial tem previsão para ser concluído em fevereiro de 2012.
Além da rapidez, Fabio Figueiredo explica que a industrialização também atua em prol da sustentabilidade, já que evita a geração de resíduos e os componentes podem ser facilmente reutilizados e reciclados. Outra vantagem apontada pelo engenheiro é a modernização, pois são estruturas inovadoras e versáteis, que possibilitam soluções arquitetônicas personalizadas.
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