Adquirir um imóvel usado pode ser um bom negócio

A aposentada Maria Aparecida Castro Lima precisava de um imóvel com urgência em Belo Horizonte para a irmã, que havia vendido um apartamento em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. Depois de uma rápida busca, ela percebeu que a melhor opção seria um seminovo. Maria Aparecida fechou o negócio no sábado e receberá as chaves em 60 dias. “Não dava para ficar esperando prazo de construtora, que promete entregar numa data e sempre atrasa”, explica. “Com o seminovo é assim: se olhou e gostou, é só entrar.”

Não foi só a rapidez da entrega que influenciou a decisão da aposentada. Maria Aparecida sabia que ia gastar bem menos para adquirir um imóvel usado, mas tão moderno quanto um novo, com registro individual de água e elevador com senha, como ela ressalta. O apartamento que a aposentada comprou, de apenas dois anos, só vai precisar de pintura antes da mudança. “Além disso, os eventuais defeitos de construção, como infiltração, problema no piso, que são frustrantes, já foram resolvidos em um seminovo. Às vezes, em um imóvel novo, vem a primeira chuva e entra água porque a janela não ficou bem encaixada. Sei que a minha irmã não vai ter esse tipo de preocupação”, pontua.

LEQUE DE OFERTAS

A hora de adquirir um imóvel seminovo é agora. É o que diz a corretora Mirian Dayrell, proprietária da Mirian Dayrell Imóveis. “Nunca foi tão interessante comprar um imóvel usado. Temos boas ofertas no mercado e os preços não estão altos”, afirma. A empresária observa que nos últimos anos muitas construtoras vieram para Belo Horizonte e houve uma corrida em relação a lançamentos. Porém, com a mudança da Lei de Uso e Ocupação do Solo, que restringiu o tamanho das construções, somada à escassez de lotes, que ficaram mais caros, o valor dos imóveis novos só aumentou. Por isso, Mirian não tem dúvida de que comprar um seminovo é o negócio mais interessante do momento.

A opinião é compartilhada pelo diretor da Adbens Imóveis, Carlos Frederico Guimarães Castro. Ele observa que o mercado imobiliário retraiu, nos últimos dois meses, já que a demanda caiu em torno de 30%. Em consequência, surgem mais opções de apartamentos seminovos. “A oferta de imóveis novos é muito grande, assim como a publicidade das construtoras, então muita gente se esquece dos mais antigos. Mas, às vezes, com o mesmo valor, você encontra um imóvel usado maior e pode se mudar imediatamente, sem o risco de atraso na entrega”, analisa.

Certa de que fez um ótimo negócio, a aposentada Maria Aparecida destaca que economizou cerca de 10% na compra do imóvel seminovo. Apesar de ter trocado de casa há três anos, ela não descarta a possibilidade de se mudar novamente. “Estou satisfeita com o meu apartamento, mas, se por acaso, encontrar um seminovo que tenha bom preço e boa localização, adquiro um para mim”, diz.