Cristiano Reis comprou um quarto de hotel e incentivou o cunhado e um amigo a fazerem o mesmo
Já faz algum tempo que os quartos de hotéis deixaram de ser vistos somente como espaços para abrigar pessoas de passagem por uma determinada cidade. O crescimento do turismo no país, seja de lazer ou negócios, tem feito com que muitos invistam no setor por meio da compra de unidades hoteleiras.
A chegada da Copa de 2014 e as condições especiais de crédito disponibilizadas pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com prazos de financiamento que variam de oito a 18 anos – de acordo com a capacidade de pagamento do empreendimento, do cliente ou do grupo econômico ao qual pertença –, também contribuem para aquecer a hotelaria.
Vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Evandro Negrão de Lima Jr. reconhece que houve um aumento da procura por esse tipo de investimento. “É notório que falta hotel hoje em BH, que as diárias têm subido consideravelmente, que as ocupações de hotéis estão altas e que a capital vai sediar grandes eventos, que devem impulsionar a demanda por hospedagens”, justifica.
Mas à medida que cresce o interesse em investir no segmento, surgem as dúvidas. Afinal, o negócio é realmente rentável? Conforme Evandro Lima, a rentabilidade varia muito. “De acordo com a época do ano, de quanto o investidor pagou no imóvel, entre outros fatores”, considera.
Uma cultura que existe em Belo Horizonte há, aproximadamente, 10 anos, o investimento em unidades de hotéis hoje pode significar rendimento de 10% ao ano, mesmo considerando as variações apontadas por Evandro Lima. “A valorização não é nem tanto do imóvel. O ativo vai valorizar de acordo com o negócio”, fala.
Como exemplo, ele fala que se houver uma grande taxa de hospedagem em hotéis, o rendimento vai ser maior e o bem vai valorizar. Por outro lado, em caso de pouca demanda, com diárias baixas, a rentabilidade será menor. “Ou seja: a valorização e o retorno dependem mais do mercado e do perfil do negócio hoteleiro do que da valorização de imóveis.”
RETORNO
Gerente de lançamentos da Lar Imóveis, Rodrigo Naves diz que a rentabilidade dos hotéis em operação atualmente em Belo Horizonte está entre 0,6% e 1,2% ao mês sobre o valor do capital investido. “Com tendência a um ganho maior na época da Copa 2014 e das Olimpíadas 2016”, estima.
Essa expectativa se justifica porque, à medida que o empreendimento se consolida e a taxa de ocupação do hotel vai crescendo, a tendência é que o imóvel seja mais valorizado. “Uma vez que a capital está investindo pesado em obras de infraestrutura para ter condições de atender a grande demanda, a maior perspectiva é que grandes shows e eventos nacionais e internacionais passarão a ter Belo Horizonte na sua rota”, acredita Rodrigo Naves.
A maior demanda gera maior oferta desse tipo de produto com esse perfil, atraindo investidores, como constata o vice-presidente da CMI/Secovi-MG. “Geralmente, profissionais autônomos, liberais, como médicos e advogados, que buscam diversificar as aplicações financeiras e entendem que a compra da unidade hoteleira vai trazer boa rentabilidade”, aponta Evandro Lima.
É o caso do empresário Cristiano Reis, que comprou um quarto de um hotel na Pampulha. “Resolvi adquirir porque considero um investimento seguro, com rentabilidade, sem vínculos com contrato de locação e com alta liquidez. Minhas expectativas são otimistas, pois o potencial turístico de BH está crescendo e a cidade está recebendo investimentos nesse setor”, revela. Ele acredita tanto no retorno que incentivou o cunhado e um amigo a fazerem o mesmo e os dois também investiram.
Comentários
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Marcio
- 25 de Outubro às 16:18
Notícia só para MKT. Depois da copa os hotéis ficarão super vazios e quero ver os trouxas terem o retorno!