Morada de férias se aninha entre a mata nativa e o mar na Nova Zelândia

Projeto seguiu os contornos do terreno acidentado para se misturar à natureza

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postado em 17/05/2013 13:44 / atualizado em 17/05/2013 13:54 Joana Gontijo /Lugar Certo
Studio MWA/Divulgação

A casa de férias Porotu Bach, na Nova Zelândia, foi planejada para interferir minimamente no meio, uma região de rica beleza natural. Na costa da baía de Many Coves, em Marlborough Sounds, existia no local um chalé antigo integrando dois lotes particulares que totalizam 4611 m², instalado a aproximadamente 10 metros acima do nível do mar, na área mais baixa do acidentado terreno. Com a remoção total do chalé, surgiu a casa de único pavimento, três quartos, um fechamento simples em madeira, telhado em tom metálico, que se incrusta perfeitamente entre a mata nativa e o mar.


A retirada da antiga estrutura foi uma decisão complicada para o cliente, mas era a melhor saída em termos de organização, manutenção, custos e sustentabilidade. As cidades mais próximas da morada, Picton e Blenheim, são acessadas apenas por barco (com clima a favor, o tempo do percurso é de cerca de 45 minutos), lancha ou helicóptero, o que representou, em relação à logística do projeto, um dos principais desafios na hora da concepção da obra.

Depois de passar algum tempo no local para idealizar o conceito e compreender as demandas do morador quanto às suas preferências e exigências, além das particularidades do entorno com seus diferentes pontos de vista, limitações, acessos, orientação, contexto, topografia, vegetação e qualquer tipo de obstrução, os arquitetos do Studio MWA iniciaram a construção, que foi concluída no ano passado. Desde o surgimento dos primeiros contornos, a ideia foi que a morada não competisse ou contrastasse com o ambiente, mas, por outro lado, que ela simplesmente se misturasse à natureza.

O novo edifício teve a direção rotacionada para capturar uma orientação arquitetônica e uma visão ainda melhores das que o primeiro chalé permitia e, colocada mais próxima ao morro, a estrutura também faz o papel de um muro de contenção que suprime qualquer risco de erosão. A distribuição da residência seguiu os contornos existentes do terreno para valorizar a paisagem e o sol nordeste. Na frente, a casa recebe uma generosa plataforma que estende a cozinha aberta, onde também estão a sala de jantar, a sala de estar e três dormitórios, um ao lado do outro.

Reunindo um banheiro, um toilete separado e lavanderia, os ambientes de serviços ficam na parte de trás da casa, onde uma área central faz a extensão visual da sala de estar. Aí também está um estúdio envidraçado até o teto, aberto assim para a tranquilidade da vegetação ao redor. Uma espécie de rua interna ou galeria perpassa a morada com uma parede curva de madeira que começa na parte frontal e sobe pelo deck de um lado até a superfície de retenção no outro extremo, concebendo um belo quintal privativo adornado por mesas, spa e chuveiro ao ar livre.

No tocante às características construtivas, a estrutura mescla aço com molduras em madeira e coberturas inclinadas. O conforto térmico é total, e os preceitos sustentáveis aparecem na opção pela posição e orientação, pelo uso de recursos e materiais locais, pela máxima preservação da natureza, pela eficiência energética e pela possibilidade de melhorias posteriores como, por exemplo, a instalação de painéis solares.

As matérias-primas especificadas no projeto salientam a singeleza e o refinamento das linhas claras e retilíneas, primando pelo bom desempenho em um local que poderia sofrer os efeitos do contato com a água do mar. A cozinha, a lavanderia, o banheiro e o estúdio têm mobiliário fixo, fabricado a partir de madeira com verniz marítimo incolor. Além da escolha por vidro duplos em alguns ambientes, destaca-se nos pisos internos o carvalho da Tasmânia. Composta com ripas de cedro verticais em disposição aleatória, a longa parede curva é um dos protagonistas do projeto, aplicada como uma vértebra que aparece tanto por dentro quanto no exterior, e define o quintal.
Studio MWA/Divulgação

A cor branca predomina nas paredes, tetos e portas, deixando o morador livre para decorar de acordo com seu próprio gosto. Estrategicamente posicionada no centro da construção, a lareira pode ser visualizada na maioria dos ambientes, sem ser uma barreira para a vista, distribuindo o calor de maneira mais eficaz. No frio dos dias de inverno ou nas noites gélidas de primavera e outono, ela se torna o coração do lar, onde os familiares se encontram para contar histórias, trocar experiências e sonhar.
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Nivton - 18 de Maio às 14:29
Gosto muito do caderno Lugar Certo. Nas últimas matérias, porém, a temática fugiu justamente daquilo que me atrai: matérias relacionadas com a realidade da maioria dos leitores, da qual faço parte. As últimas, sobre imóveis de alto luxo, o apto mais caro do mundo e esta dão um tom menos interessante

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