Habitação temporária em forma de nuvem oferece uma opção de estadia inusitada na França

Muitas vezes cenas retratadas no cinema ou na televisão nos levam para repousar sobre as nuvens, quando o personagem adentra um cenário de fantasia e vai parar no céu. Entretanto, admirar o mundo lá de cima, apesar de comum nas telas e de poder ser o desejo de alguns, é um sonho que não encontra respaldo na realidade. Um hotel na França tenta se aproximar disso, e torna uma vivência concreta, pelo menos, a possibilidade de dormir dentro de uma nuvem.


Na cidade de Bordeaux, no sudoeste francês, as acomodações do Le Nuage foram concebidas em formatos inusitados, remetendo a encantadoras nuvens. Móvel e feita em madeira, vidro, acrílico e PRFV (Polímero Reforçado com Fibra de Vidro), a criativa unidade está por enquanto alojada em Lormont, no subúrbio do município, mas abre a chance de passear por diferentes paisagens e estar, em qualquer lugar, totalmente integrada à natureza. O projeto é assinado pelos profissionais do ateliê de produção Zébra3/Buy-Sellf.

A pequena morada temporária é um dos representantes do projeto Refuges périurbains, sob o comando da associação Bruit Du Frigo, que oferece maneiras alternativas de imaginar e conceber os ambientes onde se desenrola a vida, fazendo nascer diferentes estruturas habitacionais e abrigos móveis e transitórios que exploram as periferias urbanas e valorizam a sensação de refúgio e rejuvenescimento. A entidade, como coloca no site oficial, é “um híbrido de escritório de design urbano, estrutura de educação pública e um coletivo criativo, dedicado ao estudo e à ação sobre a cidade e o território habitado, através de abordagens participativas, artísticas e culturais”.


O Le Nuage, uma opção de descanso que pode acomodar até sete pessoas, está passando por vários parques em cidades grandes e menores, permitindo que os visitantes usufruam de um recanto de relaxamento e, se quiserem, aproveitem para tirar uma soneca. O hotel declara que a proposta é prover aos hóspedes a experiência de dormir ao som dos sapos, e acordar com o canto dos pássaros. Um dos objetivos é favorecer momentos imaginativos que levam às lembranças da infância, sem precisar deixar a cidade.

A forma de nuvem busca inspiração em uma arquitetura utópica, nos traços curvilíneos e no design radical característico das décadas de 1960 e 1970, com um forte acento kitsch. A decoração interna de cada unidade carrega um tom minimalista, girando os holofotes para o meio ambiente ao redor. A intenção é que os visitantes explorem a paisagem dos arredores que, no caso de Lormont, pode ser conhecida em cerca de até seis dias de passeios a pé.

Até o final deste ano, a expectativa é de que seis hospedagens singulares que integram o projeto Refuges périurbains cheguem a Bordeaux, com o objetivo de elevar este número para 13 até 2017. O conjunto de abrigos é uma mistura de arte, arquitetura e escultura, fazendo com que repousar no interior de uma das construções seja uma vivência espacial e poética em particular.