A cidade cresceu, o ar poluiu e o verde sumiu da paisagem urbana. Quem sente falta de ouvir o canto dos pássaros, caminhar entre árvores e respirar ar puro está de mudança. Atento aos desejos do público que busca um refúgio para viver, o mercado imobiliário se volta para o entorno de Belo Horizonte. A cada dia, cresce o número de empreendimentos com a proposta de oferecer aos moradores um contato próximo com a natureza, o que para muitos é sinônimo de qualidade de vida.
Há mais de 30 anos, o Grupo Vitória da União (GVU) privilegia nos projetos a proximidade com o verde, o que o sócio Jair Bastos acredita ser o sonho dos clientes. “Não adianta fazer empreendimentos que não sejam com esse perfil. Para fugir da vida agitada nos centos urbanos, as pessoas buscam contato com a natureza”, aponta. Por lei, as empresas são obrigadas a manter uma área verde preservada no terreno. Bastos informa que o GVU sempre oferece áreas maiores por entender que isso melhora a qualidade de vida. Trilhas ecológicas, arvorismo, tirolesa e haras com cavalos para um passeio pela mata são alguns dos atrativos que aproximam os moradores da natureza. Além disso, plantam-se árvores em todas as ruas.
Bastos acredita o mercado de condomínios está aquecido porque hoje um número maior de consumidores podem usufruir do contato com o verde, considerando que existe oferta com preço acessível e melhores condições de pagamento. “Não vemos apenas produto de luxo para uma pequena fatia da sociedade. Mais pessoas podem ter acesso a esse tipo de qualidade de vida.” O GVU oferece terrenos em cidades como Lagoa Santa, Igarapé, Jaboticatubas, Capim Branco e Brumadinho.
Acostumado a morar em casa, o geógrafo Cláudio Sayão Dias, de 38 anos, não se adaptou à vida em um apartamento. Estresse, enxaqueca e insônia eram comuns na rotina do recém-casado, que sempre gostou de acampar e fazer caminhada. Nos fins de semana, o refúgio era perto da natureza. Até que Cláudio decidiu se mudar para Casa Branca, distrito de Brumadinho, na Grande BH, com a mulher e dois cachorros. “A partir do momento em que entro no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, nem parece que estou a 20 quilômetros de BH. Respiro ar puro, tenho água totalmente limpa e clima mais agradável. Agora sou zen”, garante. Em casa, é tempo de relaxar e sair da vida urbana, sem se distanciar da capital. Cláudio não tem dúvida de que fez a escolha certa. No condomínio, ele ganha qualidade de vida e tranquilidade para criar os filhos. “Quer deixar o estresse e ter boa saúde? Mude para perto da natureza. Você vai ganhar muito, até anos a mais de vida e chegar aos 100”, aconselha.
ENTRE ÁRVORES
Uma área de plantio de cana-de-açúcar em Betim, na região metropolitana, deu lugar ao condomínio Ecovillas Vale Verde. O verde está presente em um terço da área do empreendimento, que também oferece três lagoas, trilhas ecológicas e a sombra de cerca de seis mil árvores. A expectativa é de que o lugar tenha muitos bichos, já que abrigará áreas de soltura de animais que são devolvidos à natureza por órgãos ambientais. “Queremos que a natureza seja o principal atrativo. Investimos em um cinturão verde para que as pessoas voltem a ter contato com o verde sem ter que ir para a fazenda. Dentro de casa podem apreciar a mata”, comenta o diretor comercial do Grupo Vale Verde, José Renato Araujo. Os primeiros lotes vendidos estão no entorno área verde. Restam unidades a partir de R$ 350 mil.
O geógrafo Cláudio Sayão Dias não tem dúvidas de que fez a escolha certa ao se mudar para um condomínio
Em respeito ao meio ambiente e para proporcionar qualidade de vida, o Grupo PGV projetou o Lagoa Park Eco Residence, em Itabirito, a 55 quilômetros da capital, ao redor de uma área verde. “Não é só para olhar de longe a natureza. Andando pelas trilhas ecológicas, os moradores passam por dentro da mata, visitam as nascentes de água e podem ver borboletas. As árvores têm liquens vermelhos, encontrados onde tem 100% de ar puro”, destaca o sócio Bruno Veloso. Os lotes custam a partir de R$ 98 mil.
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