Com previsão de crescimento de 4,5% este ano frente a 2013, a indústria de material de construção vê 2014 com otimismo. “Metade do nosso mercado é o varejo, que foi bem em 2013 e vai continuar. Fatores como emprego, renda e crédito vão se manter fortes e impulsionando os negócios”, avalia Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). As construtoras consomem 28% da produção do setor e tiveram resultado positivo em 2013, com aumento de 10% no volume de lançamentos em todo o país. O setor de infraestrutura foi mal, mas diante das concessões e leilões realizados no fim do ano e novos projetos motivados pelas eleições, deve se recuperar.
Em Minas, essa indústria atingiu, segundo dados mais recentes de 2011, R$ 2,8 bilhões em valor adicionado ao PIB, o equivalente a 11% do total da cadeia. Entre os segmentos mais fortes está a indústria de cimentos, que deve registrar alta de 2% a 3% no volume de negócios este ano frente a 2013. Maior produtor do Brasil, Minas concentra cerca de 7 mil dos 25 mil trabalhadores do país. Até agosto de 2013, o estado já havia produzido 10 milhões das 46,5 milhões de toneladas de todo o Brasil, o equivalente a 21,5% do total. “A previsão de investimentos na indústria do cimento no Brasil é de uma capacidade instalada adicional de 30 milhões de toneladas ao ano nos próximos cinco anos. Grande parte dos projetos está em execução”, afirma José Otavio Carvalho, presidente do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento.
Na Lafarge, os investimentos devem somar R$ 1 bilhão até 2015, montante destinado à ampliação da capacidade de produção, atualmente em 7 milhões de toneladas em todo o Brasil, sendo 3 milhões apenas nas plantas mineiras em Montes Claros, Matozinhos, Santa Luzia e Arcos. “Detemos 25% do mercado de Minas e acreditamos na expansão do negócio diante das demandas de infraestrutura e moradia”, afirma Rogério Silva, diretor comercial da atividade de cimento no Brasil da Lafarge. O grande polo mineiro no setor é justificado pela abundância de matéria-prima, o calcário. “O estado é riquíssimo na região de Pedro Leopoldo e Arcos e a indústria tem que estar próxima das jazidas”, observa Rogério.
Rogério Silva, diretor comercial da atividade cimento no Brasil da Lafarge, destaca os 25% da participação da empresa no mercado mineiro
Com previsão inicial de crescer 8% em 2013, a Precon Material de Construção foi surpreendida com os bons resultados do último ano. “Nosso faturamento cresceu 18% em relação a 2012 e nossa expectativa conservadora é repetir o mesmo percentual em 2014”, prevê Eder Campos, diretor-executivo da Precon Material de Construção. Apesar de o carro-chefe da empresa ser a argamassa, é nas telhas de PVC, lançadas há cerca de três anos, que recai a expectativa de expansão. “Estamos finalizando uma fábrica em Alagoas para a fabricação desse item. Acreditamos que em pouco tempo esse será o produto número um da Precon.”
Eder Campos, diretor-executivo da Precon Material de Construção, diz que a expectativa é de que as telhas de PVC sejam a menina dos olhos deste ano
O mercado ceramista aposta na aceleração do mercado. Com duas fábricas em Ribeirão das Neves e capacidade instalada de 32 mil toneladas ao mês, a Cerâmicas Braúnas estima expansão de 10% na comparação com 2013. “Acreditamos que o mercado continuará aquecido, já que o déficit habitacional no estado é muito grande. O aumento da renda da classe média é um fator importante e a disponibilidade de financiamento é positiva”, avalia Paulo Lopes da Silva, gerente comercial da Cerâmicas Braúnas.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação