O trânsito é uma das principais reclamações de quem vive nas grandes cidades. Em tempos de congestionamentos a qualquer hora, luxo é abrir mão do carro e se deslocar com facilidade de ônibus, metrô ou mesmo a pé. Revitalizado, o Centro de Belo Horizonte tem sido uma alternativa interessante de moradia espaçosa, bem localizada e com preço mais acessível.
De acordo com o diretor da M. Jácome Imóveis, Milton Aureliano Coelho Jácome, apenas 10% dos prédios no Centro são ofertados com vaga de garagem. No máximo, uma para cada unidade. Por isso, o empresário acredita que a área central se torna cada vez mais atrativa para os clientes que querem abrir mão do carro para morar bem localizado por um preço mais acessível. “O Centro é uma excelente opção para viver. Está ficando insuportável depender de carro em BH. Tenho visto muita gente se mudando de locais mais distantes buscando a praticidade de pegar ônibus e ir para qualquer lugar”, analisa Jácome, que é morador do Centro. Mas ele observa que a maioria da população da região ainda é formada por idosos e estudantes universitários, que não dependem de carro para se locomover.
Como são raras, as vagas de garagem fazem diferença no mercado imobiliário do Centro. Um apartamento que oferece espaço para veículos pode custar R$ 50 mil a mais e costuma ser vendido numa velocidade maior. O conselheiro do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-Minas) Antônio Carvalho Mota, proprietário da Ariane Imóveis, concorda que a falta de vagas de garagem nos apartamentos da região prejudica as vendas, mas ele destaca que há opções para quem não pode ficar sem carro. “Muitos lotes viraram estacionamento rotativo e existe um mercado de vagas de garagem que custam a partir de R$ 35 mil em prédios comerciais”, comenta.
Além da facilidade de locomoção, Mota acrescenta que os clientes decididos a morar no Centro são atraídos por preços mais baixos de imóveis antigos (a idade mínima é de 30 anos) e o tamanho dos apartamentos. Em outras regiões da cidade, é quase impossível encontrar um três-quartos com 120 metros quadrados. A infraestrutura completa, incluindo comércio, lazer e escola, e o reforço da segurança com as câmeras do Olho Vivo também fazem aumentar a busca por imóveis no Centro. “A procura tem diversificado. Antigamente, era muito estudante e idoso. Hoje tem todo tipo de gente”, diz. OFERTA MENOR
Milton Aureliano, diretor da M. Jácome Imóveis, diz que a área central está cada vez mais atrativa pelo preço mais acessível
O diretor da M. Jácome Imóveis destaca que outra vantagem para quem tem a intenção de se mudar para o Centro é pagar desde R$ 150 mil por uma quitinete até mais de R$ 1 milhão por uma unidade de quatro quartos. Na Rua Goitacazes, um apartamento de 300 metros quadrados (m²) com uma vaga de garagem vale R$ 1,2 milhão. O problema é o número reduzido de anúncios. “A oferta sempre foi menor que a procura. Tanto para venda quanto para locação, o cliente não tem muita opção para escolher.” Por outro lado, o proprietário da Ariane Imóveis enxerga uma valorização crescente. “Quase todos os prédios foram reformados e as fachadas estão mais modernas. Com a revitalização, o preço dos imóveis quase que triplicou. Alguns residenciais que há três anos valiam R$ 80 mil agora são vendidos por 180 mil”, revela.
Na visão do diretor de redes e imobiliárias da Câmara do Mercado Imobiliário (CMI/Secovi-MG), Eduardo Novais, o Centro oferece a oportunidade de comprar um imóvel mais acessível para reforma. Muitos investidores, inclusive, apostam em apartamentos antigos para revender ou alugar. “Se tiver um cliente que quiser investir em um imóvel para alugar rápido, indico o Centro, pois a procura por locação é muito grande e dá para ter um bom retorno. Também é possível comprar bem barato e revender com lucro”, garante o também presidente da Rede Imvista Brasil.
Comentários
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Felipe
- 16de Março às 22:00
Voltaram a apresentar matérias compradas sobre imóveis??? Bolha imobiliária tá aí!