Comprar um imóvel continua sendo o sonho de muita gente, seja para moradia ou mesmo como investimento. Embora uma pesquisa feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), no ano passado, tenha revelado que o preço dos imóveis teve alta de 6,7% em 2014, a conquista da casa própria ainda é a meta para muitos brasileiros este ano. A pesquisa mostrou dados que podem trazer novo fôlego àqueles que querem se ver de posse de um imóvel. Lembrando que, em 2013, o aumento foi de 13,74%, segundo pesquisa feita em 20 cidades, mesmo com o crescimento do valor médio os preços dos imóveis se mantiveram estáveis em 2014. Isso porque a alta foi próxima à expectativa do Banco Central para o IPCA, de 6,4%, ou seja, em termos reais, 0,3%.
Os dados mostram que, apesar de a variação anual indicar estabilidade, os preços dos imóveis chegaram ao final de 2014 com aumento em ritmo menor que os demais preços da economia. Entre os municípios pesquisados pela Fipe estão Belo Horizonte e Contagem, sendo que a primeira ficou em 6º lugar e a segunda registrou o valor mais baixo no ranking, que apontou a média do preço do metro quadrado por cidade – R$ 5.796 e R$ 3.386, respectivamente.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Mutuários da Habitação (ABMH), Leandro Pacífico, as posições ocupadas pelas cidades mineiras no ranking são decorrentes da lei da oferta e da procura. “Como se vê, os impactos na alta de juros do financiamento habitacional, aliado ao aumento no valor da entrada para a compra da casa própria – que em 2014 voltou a ser de 20% do valor do imóvel –, levaram a uma redução na procura dos imóveis. Especificamente em Contagem, acreditamos que a exigência de uma entrada mais alta teve forte impacto, já que a dependência de financiamento para aquisição de imóveis nessa região é mais alta.”
FINANCIAMENTO Para este ano, Leandro acredita que o mercado imobiliário dependerá muito do cenário econômico nacional. “Em tempos de economia aquecida, o setor imobiliário cresce. Entretanto, quando existe uma piora geral da economia, esse setor é um dos primeiros a sentir os efeitos.” Leandro aconselha o mutuário a planejar bem a compra de um imóvel, principalmente em relação à tomada de empréstimos, comparando as taxas atuais praticadas pelos bancos, e à sua capacidade de pagamento. “Os juros, atualmente, não estão tão atrativos quanto em 2013 e começo de 2014, o que acarreta uma prestação mais alta. É muito importante que o comprador não ultrapasse o limite de 20% da sua renda familiar com o pagamento de prestação.”
O presidente da ABMH salienta que os imóveis não tiveram uma queda significativa de preços. “Logo, é importante que, ao escolher o imóvel, o mutuário sempre fique atento às suas necessidades. Por exemplo: para uma família sem filhos, que depende de financiamento para comprar o imóvel, o melhor é investir em um apartamento de dois quartos mais barato e trocá-lo daqui a alguns anos do que comprar um maior, de três ou quatro quartos, e pagar um valor de mercado mais alto e juros mais altos também.”
Para os interessados em adquirir um imóvel, é bom lembrar que a ABMH oferece consultoria gratuita. “A associação auxilia o mutuário a planejar a compra do imóvel, a escolher qual banco oferece a melhor taxa para fazer o financiamento e orientar a respeito da documentação necessária para uma compra segura”, ressalta Leandro.