Imóveis

Arquivos resgatam história imobiliária de Belo Horizonte

Primeiro cartório de registro de imóveis da capital vai completar 118 anos. Documentos revelam trajetória de BH do ponto de vista das negociações

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postado em 12/01/2016 09:00 / atualizado em 11/01/2016 17:23 Carolina Cotta /Estado de Minas

Em 2005, fachada do prédio na esquina da Rua da Bahia com Rua Timbiras - Marcos Michelin/EM/D.A. Press 29/06/2005 Em 2005, fachada do prédio na esquina da Rua da Bahia com Rua Timbiras
Assim como a capital de Minas Gerais, o 1º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte (1º RIBH) completará 118 anos. Fundado em 25 de abril de 1898, apenas quatro meses depois da fundação da cidade, o cartório foi o único a fazer registros de imóveis até 1927, participando, portanto, da história de BH. Segundo Fernando Pereira do Nascimento, oficial do 1º RIBH e vice-presidente do Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais, antes da fundação os registros de imóveis eram de responsabilidade da comarca de Sabará.

Naquela época, a população da cidade resumia-se a 10 mil pessoas, bem diferente dos quase 2,5 milhões de habitantes atuais. Apesar do crescimento populacional, a capital ainda preserva muitos imóveis que contam parte de sua história, como o sobrado na esquina da Rua da Bahia com Rua Timbiras, tombado pelo patrimônio histórico e hoje sede do Café Cultura e o Teatro do Net. Esse foi o primeiro imóvel registrado em Belo Horizonte, em 25 de abril de 1898. A venda na época foi feita por José Feliciano Pinto Filho e outros ao Banco de Crédito Real Minas.

 

Apesar de ser o primeiro cartório da capital mineira, com mais de um século desde a sua fundação, o 1º RIBH tem todo o seu acervo de matrículas, livros e plantas totalmente digitalizado. Diversos serviços que, obrigatoriamente, deverão ser oferecidos de forma on-line a partir deste ano, de acordo com a Lei 1.237, já eram disponibilizados no site do cartório (www.1ribh.com.br), tal como a possibilidade de acompanhar eletronicamente o andamento de títulos pela internet.

Segundo Fernando Nascimento, do 1º RIBH, antes da fundação os registros de imóveis eram de responsabilidade da comarca de Sabará - Edésio Ferreira/EM/D.A Press Segundo Fernando Nascimento, do 1º RIBH, antes da fundação os registros de imóveis eram de responsabilidade da comarca de Sabará
REGISTROS HISTÓRICOS Esses recursos também facilitaram a localização de registros históricos de imóveis, como as construções mais antigas ou transações feitas por personalidades da política e cultura mineira da época, caso das compras e vendas registradas por Carlos Drummond de Andrade, Juscelino Kubitschek, Fernando Sabino, Tancredo Neves e mesmo pelo governo do estado, que desapropriou imóveis quando a cidade ainda era chamada de Curral Del Rey, para a construção de Belo Horizonte.

Em 1909, como era o imóvel, ainda como Banco de Crédito Real - Reprodução Em 1909, como era o imóvel, ainda como Banco de Crédito Real
“O cartório participou do crescimento da capital mineira. Só a partir da escritura pública registrada um imóvel tem validade plena. Já era assim desde os tempos da fundação da capital e do cartório. O registro de imóveis, claro, evoluiu de lá pra cá, a legislação é um pouco diferente, mas a essência é a mesma: toda aquisição deve ser submetida a um registro. Só é dono quem registra. Por isso, o cartório, além de garantidor do direito de propriedade de um imóvel, participa da conquista dos cidadãos que sonham com a casa própria”, defende Fernando.

 

ALGUNS REGISTROS:

1926 – Humberto de Alencar Castelo Branco, o marechal, adquiriu lote na esquina das ruas Grão Mogol e Campanha
1947 – Carlos Drummond de Andrade registrou um imóvel na Rua Silva Jardim, citado em seu poema Casa sem raiz
1949 – Fernando Tavares Sabino vendeu um terreno na Rua Araguari
1952 – Tancredo Neves adquiriu uma casa na Praça Diogo de Vasconcelos
1958 – Juscelino Kubitschek registrou um imóvel na Pampulha
1960 – Pedro Rousseff, pai da presidente Dilma, vendeu um imóvel na Cidade Jardim

Tags: cartório história Belo Horizonte cartório de registro de imóveis

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