Atualmente, não são muitos os brasileiros que se aventuram a quitar um imóvel somente com o auxílio de recursos da poupança ou conta-corrente própria. É que o crédito imobiliário tornou-se caro e escasso. Para se ter uma ideia, a taxa de juros aumentou de 7,6%, em março de 2013, para 10,7%, em março de 2015. Por causa disso, cada vez mais as pessoas têm aderido aos consórcios e optado por utilizar o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), seja como lance inicial, amortização de saldo ou mesmo para quitá-lo de uma só vez. Rogerio Pereira, diretor de vendas do Consórcio Embracon, ressalta que 19% dos clientes contemplados utilizaram o FGTS para a compra do imóvel. A cada dois anos, é possível recorrer ao fundo para amortizar o saldo devedor”, garante.
Ele explica que, para quem está interessado em aderir ao uso do FGTS, é importante saber que o consórcio apresenta alguns diferenciais e benefícios. “O grande benefício para quem recorre ao FGTS é o fato de que o rendimento anual dele é na base de 3%, ou seja, muito baixo. E, por conta de índices, como o da Inflação, o mais viável é aplicá-lo”, aconselha Rogério. Há 28 anos no mercado de consórcios, o Embracon conta com mais de 120 mil clientes ativos, 600 parceiros no território nacional, com 110 filiais no país e em torno de 3 mil funcionários.
No caso dos consórcios, as pessoas podem quitar o imóvel por meio de duas modalidades. “Na primeira, é possível ofertar o FGTS como lance para antecipar a contemplação. Quanto maior for o lance, maior a chance. Já, na segunda, é possível utilizar o fundo como alternativa de complemento de crédito. Por meio dele é possível usar a carta de consórcio para adquirir um imóvel de valor maior. O Embracon disponibiliza em seu site informações úteis sobre como administrar o uso do FGTS no consórcio de imóvel”, salienta o executivo.
Como exemplo, Rogério explica a história do casal Vanderleia e Nilso Vicente, que estavam com o FGTS parado há mais de 16 anos e tinham um imóvel em vista. O sorteio seria a forma de agilizar a aquisição da casa própria. Além disso, o antigo proprietário também tinha urgência em vender a casa. “Entendemos que os juros eram bem mais baixos e que a carta agilizaria o processo de compra. O valor final do imóvel era bem mais vantajoso, enquanto que a via tradicional de financiamento demoraria muito mais”, explica o casal.
MERCADO De acordo com dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac), nos oito primeiros meses deste ano, 2.183 trabalhadores participantes dos grupos de consórcios de imóveis no Brasil utilizaram seus saldos, seja parcial ou totalmente, o que resultou num movimento de R$ 82,3 milhões em contas do FGTS. Segundo a entidade, o volume de crédito disponibilizado para a compra de imóveis no período foi de R$ 4,74 bilhões. Cerca de 47,7 mil consorciados contemplados tiveram a oportunidade de adquirir um imóvel entre janeiro e agosto deste ano. Atualmente, há cerca de 800 mil participantes ativos no sistema de consórcio de imóveis no Brasil.