Resultado de depósitos mensais equivalentes a 8% do salário, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é direito de todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal, regido pela CLT e, também, trabalhadores rurais, temporários, avulsos, safreiros e atletas profissionais. A quantia depositada pelo empregador, contudo, é “travada”, podendo ser usada apenas para viabilizar financiamentos imobiliários, em caso de doenças graves ou na demissão sem justa causa, embora exista um polêmico projeto de lei que propõe a liberação de até 10% como garantia para operação de crédito consignado.
Em relação ao financiamento imobiliário, hoje, o FGTS pode ser usado para amortizar o saldo devedor, ou seja, reduzir o prazo ou o valor do encargo; pagar até 80% do valor da prestação ou mesmo liquidar o que se deve. Isso, claro, desde que o contrato de financiamento tenha sido assinado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação. No caso da amortização, ela pode ser feita a cada dois anos, o que é uma boa opção já que o rendimento é mais baixo até que o de caderneta de poupança. O índice de correção para o FGTS é a Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano. Por outro lado, os financiamentos cobram juros na faixa de 10% ao ano. A matemática aqui é simples.
Segundo o economista Daniel Furletti, coordenador sindical do Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon-MG), amortizar a cada dois anos é sempre vantajoso. “É a chance de diminuir uma dívida com um fundo que rende pouco. Agora, a opção entre diminuir o valor das prestações ou o tempo do financiamento depende da realidade de cada pessoa”, explica Furletti, que sugere que as pessoas procurem seus próprios agentes financeiros para fazer essa conta. “Depende da situação da pessoa, de quanto elas ainda devem, de quanto tem guardado. É essencial fazer uma simulação das opções.
Para o economista Daniel Furletti, amortizar a cada dois anos é sempre vantajoso
No blog Educando Seu Bolso, com dicas e análises de profissionais do mercado financeiro, o mestre em administração Ewerton Veloso explica a principal dúvida que surge neste momento: amortizar a dívida, pagando as últimas parcelas e reduzindo o prazo do financiamento, ou diminuir o valor das parcelas, mantendo o prazo do financiamento. “A princípio, a melhor opção é pagar as últimas parcelas, reduzindo o prazo do financiamento. Isso porque em cada parcela estão embutidos juros. Quando você antecipa o pagamento, está pagando o principal – aquela parte da parcela que realmente se refere ao bem que você adquiriu –, e se livrando dos juros”, explica.
FACILIDADES Como em cada parcela estão embutidos também o seguro e a taxa de administração, encerrando antecipadamente o financiamento a pessoa se livra deles. E, finalmente, fica menos tempo exposta ao risco de a TR disparar, corrigindo a dívida de forma mais severa. Decisão tomada, basta procurar a instituição bancária. No caso da Caixa Econômica Federal, é possível fazer a solicitação por telefone. O atendente, contudo, não tem acesso aos dados e valores, apenas pergunta a opção preferida e dá início à solicitação, que pode levar até 15 dias para ser analisada e liberada.
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