13 de agosto de 2010 - Nas últimas duas semanas estive na cidade de São Paulo para participar de eventos relacionados à questão da sustentabilidade em nosso país. No primeiro tive oportunidade de ministrar uma palestra com vários empresários da cadeia da construção civil brasileira sobre as tendências e desafios do construbusiness no Brasil, tendo como tema os edifícios sustentáveis. No segundo participei da 1ª Conferência Internacional do Green Building Council do Brasil, com palestrantes brasileiros e de outros países; e o que presenciei nestes dois eventos me gerou uma emoção ambígua: primeiro a felicidade de perceber que pessoas em todas as regiões do nosso país estão buscando conhecer as premissas e os conceitos sobre sustentabilidade, segundo a tristeza de perceber a ausência do empresariado mineiro nestes eventos.
Estavam presentes arquitetos, engenheiros, representantes de construtoras e de indústrias de todas as regiões do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Centro-Oeste, Nordeste e região Sul, aprimorando seus conhecimentos, buscando entender o processo e se envolver com fabricantes dos “produtos verdes” da construção civil; todos empenhados em criar relacionamentos que irão resultar em algo muito interessante: uma cadeia produtiva da construção sustentável no Brasil. E Minas Gerais não pode ficar de fora disto. Em nosso estado temos uma ampla experiência na questão ambiental devido ao atendimento da legislação ambiental pelas mineradoras, por exemplo, experiência esta que pode e deve ser exportada para o setor da construção civil; nosso estado é sede de grandes construtoras reconhecidas nacionalmente; nossa capital será uma das principais sedes da Copa do Mundo de Futebol em 2014; por tudo isto, Minas não pode ficar alheia a este “movimento verde” que está acontecendo no país. Tradicionalmente somos um estado formador de opinião e determinante no cenário político-econômico-social do Brasil e não podemos perder o timing do movimento sustentável que está acontecendo no mundo. Os Estados Unidos tentam se reposicionar no cenário econômico mundial com a chamada “economia verde”, economia sustentada nos princípios da ecoeficiência; estudos mostram que a longo prazo a geração de “empregos verdes” deverá ser uma das alavancas da economia mundial. Então, está na hora de começarmos a buscar uma melhor relação com a sustentabilidade, deixar de lado a visão de que é um modismo e criar as condições favoráveis para usufruirmos dos seus benefícios, entre eles a geração de riqueza para nosso estado.
Temos um potencial enorme a ser trabalhado e preparar um terreno fértil para a criação da “economia verde mineira”, basta nos reposicionarmos em âmbito nacional atraindo para Minas as pessoas e as empresas certas para que isto aconteça. Devemos estar atentos às oportunidades que estão surgindo para que Minas seja também uma referência nacional das construções sustentáveis ao invés de perder esta oportunidade. Quem se habilita?
Júlio César Fonseca é graduado em Engenharia Civil e na área Elétrica, MBA Gestão de Projetos, Diretor de Engenharia da Green Gold Engenharia e Projetos, empresa-membro do Green Building Council Brasil.
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