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Por um "leed" brasileiro

Parâmetros nacionais para um processo de certificação verde para as edificações são precisos, considerando a realidade local da construção civil para preservar nossos recursos naturais

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Reprodução/Internet/blog.ecosmart.com/21-04-10
A sustentabilidade já faz parte do universo da construção civil no Brasil. Temos visto a cada dia o crescimento da oferta de produtos sustentáveis, desde blocos cerâmicos, louças e metais sanitários, até elevadores que buscam fornecer um valor agregado de eficiência energética, preservação de recursos naturais, baixo consumo de água e qualidade do ar nos ambientes internos da edificação. Há também uma crescente demanda das empresas, instituições, governo, enfim, de toda a sociedade, por construções que não agridam o meio ambiente devido à consciência de preservação que nossa sociedade pós-moderna possui. Diante desta nova realidade, pessoas e empresas envolvidas na área da construção civil terão que repensar suas práticas convencionais que não são sustentáveis, e isso envolve todo o processo da construção, desde a concepção de um novo empreendimento, seu processo construtivo, até a sua operacionalidade na pós-entrega.

A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), criada e gerida pelo Green Building Council dos Estados Unidos, propiciou um reconhecimento internacional das práticas de sustentabilidade de um empreendimento, quer seja em reformas ou em novas construções, fazendo uma análise em seis categorias: localização do empreendimento e seus impactos na região, eficiência no consumo de água, eficiência energética, insumos utilizados, qualidade do ar em ambientes internos e inovação nos projetos.

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Baseado nestas seis categorias, o empreendimento que busca uma certificação LEED é avaliado e recebe uma pontuação que o qualifica a ser certificado em quatro níveis de graduação: simples, prata, ouro ou platina. Na Europa também há um processo de certificação dos empreendimentos caracterizado pelas necessidades e demanda do continente. Mas, e no Brasil?

Diversos empreendimentos brasileiros têm buscado a certificação norte-americana LEED, cada um em um nível de graduação, conforme sua estratégia de negócio. Este é um passo importante para a sociedade brasileira no avanço da questão de sustentabilidade, mas não é o último. O próximo passo pode ser a busca por um "selo verde", baseado nas características nacionais de construção e sintonizado com as nossas necessidades. Temos hoje a certificação norte-americana e também a europeia como base para nossas construções, o que é válido enquanto não são instituídos parâmetros brasileiros para um processo de certificação.

Estes parâmetros nos possibilitarão vivenciar, no processo de certificação, a realidade da construção civil nacional, buscando a preservação de nossos recursos naturais e adaptando nossas práticas de construção, que não são sustentáveis, a uma metodologia sustentável. Será um processo de "tropicalização", não dos princípios, mas da realidade norte-americana para a nossa realidade. Chegaremos a um LEED brasileiro para certificação.

Júlio César Fonseca é graduado em Engenharia Civil e na área Elétrica, MBA em Gestão de Projetos, Diretor de Engenharia da Green Gold Engenharia e Projetos, empresa-membro do Green Building Council Brasil. Visite o site da Green Gold

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