Garimpar não sai de moda

Antiquários e brechós oferecem boas oportunidades para comprar peças de qualidade e com história para contar. Saiba escolher os objetos mais adequados ao gosto e ao bolso

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postado em 29/04/2012 08:53 / atualizado em 02/05/2012 13:40 Júnia Leticia /Estado de Minas


A designer de interiores Soraya Falcão diz que é preciso saber diferenciar locais que vendem ítens antigos e usados de outros que trabalham com obras de arte e peças exclusivas - Eduardo Almeida/RA Studio A designer de interiores Soraya Falcão diz que é preciso saber diferenciar locais que vendem ítens antigos e usados de outros que trabalham com obras de arte e peças exclusivas
Móveis bons e ao mesmo tempo baratos não são fáceis de encontrar. Por isso, uma boa alternativa para quem quer ter peças de qualidade pagando menos é percorrer antiquários. O mesmo pode ser feito com relação a peças decorativas encontradas também em brechós. Ambos os locais escondem verdadeiras joias, que, além de beleza, têm história. O resultado são ambientes belos e originais. Antes de procurar na internet o endereço mais próximo para garimpar as peças, é bom saber que há diferença entre os dois locais. “Brechós são estabelecimentos comerciais onde se compram e vendem objetos antigos e usados. Antiquários também. Porém, trabalham mais com obras de arte e peças exclusivas. São procurados por pesquisadores e colecionadores”, explica a designer de interiores Soraya Falcão. Veja mais fotos de brechós e antiquários Veja outras imagens de antiguidades A arquiteta Isabella Magalhães diz que ambos são lojas que comercializam uma ampla variedade de produtos de diferentes séculos e estilos. “Produtos relacionados à antiguidade são vendidos em antiquários, que apresentam certificados garantindo a procedência e a autenticidade das peças, que por isso são muito caras. Já em brechós encontram-se peças antigas e até mesmo novas, mas de custo menor”, diferencia. Para quem gosta de objetos com história e um toque de arte, o destino certo são os antiquários, que, de acordo com a designer de interiores Flaviane Pereira, trabalham com o conceito de qualidade e bom gosto. “Dedicam seus espaços à apresentação de antiguidades e raridades, em sua maioria, europeias, entre belos objetos, como móveis, porcelanas, cristais, luminárias, bronzes, mármores, relógios e colecionáveis. Já os brechós misturam antiguidades, peças novas ou que receberam releituras.”
A decoradora Márcia Costa diz que é preciso saber dosar o passado com o atual e evitar ambiente pesado - Eduardo Almeida/RA Studio A decoradora Márcia Costa diz que é preciso saber dosar o passado com o atual e evitar ambiente pesado
Segundo Flaviane, nos antiquários, geralmente, são encontradas peças raras, antigas, que foram restauradas. E nada de pensar que eles abrigam velharias que não são usadas mais. “Os clássicos nunca saem de moda. Por isso oferecem um toque de simplicidade e sofisticação ao mesmo tempo. Nesses ambientes, cercados de beleza, o passado se mistura ao presente e os clássicos se tornam modernos”, considera. Agora, é só partir em busca das peças que tornarão a decoração dos ambientes mais do que especial. O segredo para alcançar esse resultado é ter disposição para garimpar e compor o ambiente com bom gosto e criatividade, conforme Flaviane Pereira. “Um passeio por brechós de móveis é um mergulho em tradições e histórias de épocas clássicas. Peças exclusivas e raridades, algumas assinadas por designers ou artesãos consagrados, ficam ao alcance do bolso e compõem uma charmosa miscelânea de estilos para montar ambientes com personalidade”, ressalta. DIVERSIFICADO
Entre as vantagens de recorrer a lojas especializadas, a designer de interiores Flaviane Pereira destaca a economia e a identidade das peças - Eduardo Almeida/RA Studio Entre as vantagens de recorrer a lojas especializadas, a designer de interiores Flaviane Pereira destaca a economia e a identidade das peças
A variedade de opções em brechós e antiquários é enorme, como diz Soraya Falcão. “Móveis, tapetes orientais, lustres, abajures, castiçais, artes sacras, relógios, espelhos, petit bronze, quadros, vasos, luminárias, cristal baccarat, telefones e garniture, relógios antigos de mesa art déco dos anos 1920 e 1930, são alguns exemplos”, explica a designer de interiores. A lista de opções é grande, conforme Isabella. “Desde peças antigas, como cômodas, chapeleiras, louceiros, vitrolas antigas, espelhos emoldurados em dourado, como também as peças clássicas: cristaleiras, taças de cristal, castiçais. Enfim, uma diversidade de produtos de estilos e épocas diferentes.” Como pode-se perceber, vale a pena dar uma passada nessas verdadeiras minas que escondem raridades, com preços que podem ser bastante atrativos. “A vantagem é adquirir produtos de forma econômica e com muito charme, obtendo peças diferentes, exclusivas e até mesmo raridades. Além, também, de ser uma forma de reciclagem de móveis ou adornos.” Da tradição à modernidade A escolha de artigos de brechós e antiquários prova que o antigo e o novo podem andar juntos, em harmonia. Resultado são ambientes personalizados Para quem acha que recorrer a brechós e antiquários em busca de peças para decorar a casa é algo cafona está muito enganado. Sabendo usar os artigos, é possível levar requinte aos ambientes, conferindo um estilo todo especial a eles. “A tendência vintage ou retrô reforça ainda mais essa procura”, comenta a arquiteta Isabella Magalhães. Se a busca é por autenticidade e conferir uma atmosfera de épocas que se passaram, ela diz que o mais indicado é procurar por relíquias em antiquários. “Nos brechós, temos a diversidade de produtos a um custo baixo. Um criado antigo com um toque de pintura já altera a sua estética.”
Eduardo Almeida/RA Studio
Mas, com tantas opções de objetos disponíveis, como saber qual delas levar e como compô-las nos ambientes? Isabella diz que arquitetos e decoradores garimpam as peças com o objetivo de produzir um espaço diferente e inovador, de acordo com o perfil dos moradores. “Vale a pena visitar brechós e antiquários para descobrir um mundo de oportunidades. Podemos obter do passado o glamour de uma determinada época. Por isso, as poltronas antigas, conhecidas como Luís XVI, estão sendo uma das peças mais procuradas, pois, por meio do seu estilo detalhado, dão ao espaço um toque de realeza ao cômodo.” Essas possibilidades são confirmadas pela designer de interiores Soraya Falcão, que recorre a esse tipo de lojas especializadas para encontrar peças únicas, diferenciadas e a preço acessível. “Podemos dar uma repaginada na decoração sem, com isso, precisar de uma reforma total, usando peças que não são encontradas em lojas convencionais. E, para escolhê-las, os principais critérios são qualidade, conservação e procedência.” Na opinião da designer de interiores Flaviane Pereira, a vantagem de recorrer a brechós, por exemplo, é poder comprar móveis, novos ou antigos, que decoram com economia e personalidade. “Além de deixar o ambiente repleto de histórias, com um toque nostálgico e atemporal”, considera. De acordo com ela, garimpando é possível encontrar um móvel vintage a um preço convidativo, que valorize a história do morador. Para isso, pode-se, até mesmo, resgatar peças de família. “Valem objetos, tapetes, luminárias e até móveis antigos. É importante resgatar memórias de época ou de uma vida”, diz Flaviane.
"Podemos obter do passado o glamour de uma determinada época" - Isabella Magalhães, arquiteta
Com tantas possibilidades, pode ser vantajoso investir na restauração dos objetos, alterando sua funcionalidade, conforme a designer de interiores. “Se precisar, pode recuperar a peça e imprimir mais versatilidade. Mude o uso de itens comuns. Uma cristaleira pode virar a estante dos livros, a penteadeira pode se transformar em aparador na sala ou o espelho da penteadeira pode ir para o lavabo”, sugere Flaviane Pereira. Por isso, se você se identifica com a linha vintage, não quer gastar muito e quer ter um ambiente personalizado, a decoradora Saulma Freitas diz que é vantajoso percorrer brechós e antiquários. “Podem-se encontrar peças exclusivas e raridades, algumas de designers consagrados, a baixo custo, que compõem uma charmosa miscelânea de estilos.” CAUTELA Apesar de seu valor histórico, artístico e cultural, é preciso tomar alguns cuidados ao adquirir essas peças. Afinal, por serem antigas, podem esconder os resultados da depreciação do tempo que comprometam seu uso. No caso de móveis, por exemplo, é preciso tomar cuidado com a incidência de cupins. Para evitar esse tipo de surpresa, o conselho da decoradora Márcia Costa é escolher um lugar organizado para adquiri-los. “Onde as peças vendidas passam por avaliações e que o vendedor saiba informar corretamente as condições das peças.” A designer de interiores Flaviane Pereira também ressalta a necessidade de se ter uma referência a respeito do local onde se pretende fazer a aquisição. “É importante procurar lojas sérias, envolvidas com a restauração e manutenção das peças para garantir que a compra tenha sucesso.” Para Soraya Falcão, a informação é uma grande aliada para que a aquisição não resulte em arrependimento. “A primeira dica é procurar se informar com um profissional da área de decoração sobre lojas confiáveis e conhecidas por eles, ou tentar, na hora da compra, levar pessoas que conheçam o produto que se está comprando.” Dentro das medidas Quem quer acertar na composição de ambientes com peças de brechós e antiquários, é preciso saber dosar o passado com o atual, como aconselha a decoradora Márcia Costa. “Saber misturar objetos antigos com modernos, fazendo com que o ambiente não fique pesado. Usar iluminação correta para destacar e valorizar a peça, selecionando as de qualidade e estilo.” É preciso ter cuidado para não escolher artigos que não condizem com a composição do ambiente, o que compromete a decoração. “Usar uma quantidade grande dessas peças sem que elas combinem pode poluir o espaço. O ideal é garimpar peças personalizadas, que vão valorizar o espaço com harmonia.”
Eduardo Almeida/RA Studio
O segredo do sucesso, conforme Soraya Falcão, é comprar peças básicas e complementares aos que a pessoa já tem. “Peças muito rebuscadas, ou seja, com detalhes a mais para o ambiente, ficam ruins no ambiente. Excesso de objetos antigos, estilos diferentes misturados a móveis velhos, podem poluir o espaço.” Para isso, vale até a personalização, como explica Isabella Magalhães. “Podemos personalizar um móvel e transformá-lo em uma grande produção, como as cômodas antigas, laqueando-as em diversas cores, como amarelo e azul. Pode-se também trocar os puxadores para modernizá-las.” Com relação ao que fica ruim ou feio no ambiente, Flaviane Pereira diz que o que há são escolhas inadequadas. “É moderno fazer o mix entre peças contemporâneas e antigas, mas quem define isso é o morador. Alguns têm preferências apenas por peças contemporâneas e, nesse caso, o vintage se enquadra melhor do que as peças de antiquário. Móveis antigos podem receber design moderno e abranger mais gostos do que as peças muito clássicas”, considera. Flaviane observa que, na decoração, algumas pessoas não sabem o limite entre as lembranças e o design atual, o que pode resultar em um ambiente poluído. “Uma parede com várias telas com fotografias de família é interresante, mas várias paredes com muitas telas poluem e dificultam a identidade do ambiente.” ATENÇÃO Para facilitar a escolha, as profissionais indicam as peças que compensam ser compradas, mesmo com avarias. Segundo Soraya Falcão, lustres de cristais, móveis em geral, peças em prata, quadros e relógios são alguma delas. “Se a peça for de boa procedência e cumpriu o papel de satisfazer seu olhar, resta fazer um orçamento da restauração e olhar o custo/benefício para avaliar se vale a pena realizar a compra.” Isabella Magalhães ressalta a importância de se prestar atenção, verificando se as peças que escolheu se encontram em bom estado. TOME NOTA Confira as dicas para acertar na escolha de peças de antiquários e brechós » Fique atento à qualidade, estado de conservação e procedência da peça » Procure se informar com um profissional da área de decoração sobre lojas confiáveis » Compre peças básicas e complementares ao que você já tem » Invista em lustres de cristais, móveis em geral, peças em prata, quadros e relógios » Faça um orçamento da restauração e avalie o custo/benefício antes de adquirir uma peça antiga que não esteja em boas condições de conservação » Aposte na personalização. Um móvel antigo pode resultar em uma grande produção, como as cômodas antigas, que podem ser laqueadas em diversas cores, como amarelo e azul » Invista em soluções simples, como a troca de puxadores, para modernizar o móvel. Pintá-lo com estampas diferentes também pode ser uma ótima alternativa » Evite peças muito rebuscadas, com muitos detalhes. Use objetos antigos com moderação » Fuja dos excessos. Algumas pessoas não sabem o limite entre as lembranças e o design atual. Por exemplo: uma parede com várias telas com fotografias de família é interessante, mas várias paredes com muitas telas poluem e dificultam a identidade do ambiente » Não misture estilos diferentes. É preciso saber conjugar objetos antigos com modernos, fazendo com que o ambiente não fique pesado » Invista na iluminação correta para destacar e valorizar a peça

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Dely - 02 de Maio às 17:39
E puro bom gosto, colocar em ambientes modernos,peças que se destacaram pela sua beleza ao longo dos anos. É por isso que são comercializadas ate hoje.Além do toque de saudosismo que o ambiente ganha.

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