Identidade cultural

Trabalhos manuais valorizam o ambiente com a beleza da cultura regional

Profissionais dão dicas de como adequá-los em cada espaço

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postado em 25/12/2013 08:00 Lilian Monteiro /Estado de Minas
Projetos do arquiteto Mozart Vidigal: peças artesanais no lugar certo agregam valor à decoração  - Arquivo pessoal/Divulgação Projetos do arquiteto Mozart Vidigal: peças artesanais no lugar certo agregam valor à decoração

Ao escolher uma peça de artesanato para decorar a casa, além de investir na beleza e na estética, você pode prestigiar e divulgar a cultura de um lugar. Uma colcha de tricô, um banco esculpido em madeira, uma jarra de cerâmica, almofadas de fuxico ou personalizadas, cestarias, esculturas de ferro... No lugar certo, seja qual for o trabalho, será destaque no ambiente. A arte manual tem o poder de quebrar a rigidez das linhas secas dos móveis, incorporar texturas e aquecer a casa com suas cores.

Artesanato é tão bacana que cabe em todos os bolsos. Há criações das mais baratas e simples a peças elaboradas e assinadas por verdadeiros artistas. Todas dão um toque especial. Pode ser a peneira de palha na parede da cozinha, o balaio invertido usado como luminária pendente, uma escultura em madeira do sergipano Cícero Alves dos Santos ou a cadeira do alagoano Fernando Rodrigues dos Santos.

O arquiteto Mozart Vidigal é louco por artesanato e procura sempre ter uma peça em seus projetos. Para não errar, independentemente do perfil do trabalho, ele segue como premissa a proporção. “É o mais importante, seja para artesanato, arte moderna ou clássica, mobiliário ou iluminação. Se a peça é para quarto, sala de estar ou área íntima. O cuidado é fundamental e o bom senso tem de prevalecer.” Para evitar qualquer deslize, ele recomenda conhecer o perfil do cliente para dar personalidade ao espaço. “O profissional é um pouco psicólogo, já que o cliente precisa se identificar com o ambiente.”

Para Mozart, o artesanato na decoração sobressai pela cor, forma e manifestação de uma cultura. “Em ambientes sóbrios, o adorno colorido é a melhor contribuição.” O arquiteto reconhece que ainda há preconceito, mas o importante é saber colocar a peça no lugar certo para agregar. “Não pode errar, nem ser carro alegórico. A peça não pode brigar com o ambiente nem superar o espaço. Por isso a proporção é tão importante.”

Banco Solo, feito de papelão, de Domingo Tótora, cabe em qualquer tipo de decoração - Domingo Tótora/Divulgação Banco Solo, feito de papelão, de Domingo Tótora, cabe em qualquer tipo de decoração
Mozart privilegia o artesanato brasileiro. “Gosto de explorar a arte plumária, as bonecas do Vale do Jequitinhonha, peças de artesãos do distrito de Bichinho, artesanato baiano, do Maranhão, enfim, temos tantas opções, é só escolher.” No entanto, o arquiteto ressalva que “não é qualquer artesanato, é preciso ser crítico, comparar, olhar formas, detalhes do entalhe, delicadeza da trama, como foi executado. Lembre-se que menos é mais. E nunca se esqueça da disposição das peças para dar equilíbrio”.

Para quem fica inseguro de misturar artesanato com peças de design, Mozart reforça: “Os dois podem conviver no mesmo ambiente desde que haja relação entre eles. Não se pode empolgar e fazer uma miscelânea”.

UTILITÁRIOS

Já a arquiteta Julia Belisário ressalta a riqueza do artesanato mineiro e o amplo uso tanto na decoração quanto utilitário. Cestas de palha no banheiro para colocar toalhas é uma dica descolada. “Para ambientes nobres, recomendo peças mais ricas. Fiz um projeto com adornos do século 18, castiçais e santos que têm alto valor histórico e econômico.”
Bonecas do Jequitinhonha dão um toque especial aos ambientes  - Beto Novaes/EM/D.A Press - 08/04/2011 Bonecas do Jequitinhonha dão um toque especial aos ambientes

De acordo com Julia, dependendo do artesanato e do ambiente, clássico ou rústico, casa de fazenda ou praia, há peças que se encaixam perfeitamente. “É preciso cuidado com o espaço moderno ou minimalista. Acredito que combinem mais com peças de design. Mas, por outro lado, sem perder a harmonia, é possível também criar um contraponto. Peças do mineiro Domingos Tótora, por exemplo, são maravilhosas e cabem em qualquer lugar, do contemporâneo ao tradicional.”

Tags: decoração

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