Profissionais dão dicas para planejar quartos de bebê
Ambiente ganha móveis compactos, que podem ser transformados de acordo com a passagem do tempo. Na decoração, valem tons neutros, molduras e nichos para brinquedos
No quarto com tema safári, projetado pela designer de interiores Sheila Mundim, o berço depois vira bicama para receber os amiguinhos
Nenhum outro ambiente inspira tanto cuidado quanto um quarto de bebê. Iluminação e ventilação bem orientados podem fazer a diferença para o bem-estar da criança. São eles, muito mais do que os temas de decoração, os aspectos prioritários. Segundo a designer de interiores Sheila Mundim, a ventilação deve ser trabalhada de forma que não haja corrente de ar passando pelo berço e pelo trocador. Também é importante ter uma iluminação indireta para que o sono do bebê não seja despertado com as amamentações noturnas. Além de uma boa circulação do vento, a arquiteta urbanista e designer de interiores Flávia Zambelli sugere que seja um quarto voltado para o leste, para pegar um pouco de sol da manhã e, de preferência, com um bom controle de luminosidade.
Toda a elaboração do quarto deve ser definida em função das necessidades e, claro, das dimensões existentes. Em geral, é essencial que um quarto de bebê tenha berço, trocador e local para amamentação. A questão pode se tornar uma boa charada, já que os cômodos estão cada vez menores. Se o quarto não comportar um cantinho para amamentar, outro lugar da casa deve ser pensado para a função. Mas talvez não seja preciso: boa solução para adequar as necessidades ao espaço disponível são os berços versáteis – combinação de berço, cama com bicama, baú e gaveteiro. A peça resolve duas questões: é ideal para cômodos pequenos e mais econômica, por não se limitar aos primeiros anos da criança.
Sheila conta que muitos clientes têm procurado projetos com aproveitamento do mobiliário no futuro. “A partir do momento em que a criança não necessita mais do berço, ele será descartado e a cama com bicama já estará disponível para utilização. O gaveteiro poderá ser usado como criado, e o baú, para guardar objetos. Assim, o quarto será aproveitado e só o berço não terá mais utilidade.” No projeto do quarto safári, o trocador também foi pensado para se tornar uma bancada de estudos no futuro, e os nichos, que agora acomodam os bichinhos de pelúcia, servirão para acomodação dos livros quando a criança for crescendo.
A compactação dos móveis permite introduzir a cadeira para amamentação (esq.). Em outra fase da criança, saem a cadeira e os bichinhos de pelúcia e surge uma bancada de estudos com gaveteiro (dir.)
Na decoração, um bom recurso para evitar o excesso, de acordo com Sheila, é eleger as paredes que serão trabalhadas e priorizá-las quanto ao uso de cores, papel de parede e adornos. “As melhores paredes são a da cabeceira do berço e a que está imediatamente ao lado dele. Se o quarto for pequeno, não é interessante sair decorando todas as paredes, para evitar que o ambiente fique pesado e desconfortável”, alerta.
O papel de parede é um excelente recurso, por ter ótimo custo/benefício, ser facilmente aplicado e retirado de acordo com o interesse dos clientes, e por estar disponível no mercado com diversas estampas, texturas, cores e preços. Sheila aposta em tons suaves e neutros para que os ambientes fiquem leves e agradáveis, mas acha importante toques de cor para estimular o neném. Sim, cores clássicas estão em alta, concorda Flávia Zambelli, e, ainda que o projeto clássico custe um pouco mais caro, tem se difundido na classe média.
No quarto clássico criado por Flávia Zambelli, predominam os tons bege nos adornos e revestimentos
“As cores estão mais neutras, em alguns casos, atendendo ao gosto pessoal, em outros, pensando no aproveitamento para futuros irmãos planejados a curto prazo. Com relação a texturas, sugiro algo bem liso e de preferência antiestático, além de tintas antimofo. Os tons vão variar de acordo com o tema definido”, explica. A especialista sugere que os pais adornem na medida certa, para não criar muito volume no quarto. “Acho interessante o uso de quadros, molduras e nichos para brinquedos. O kit higiênico pode se tornar elemento decorativo, assim como luminárias de mesa que, além de criar uma iluminação mais cênica, podem enriquecer a decoração.”
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