Crise superada, recuperação das vendas e construção em padrões até superiores aos de 2008 fizeram deste um excelente ano para o setor. E o cenário para 2010 promete grande volume de obras, com empreendedores já tendo iniciado lançamentos e comercialização, tanto para imóveis residenciais quanto para comerciais. Obras estruturais visando a Copa do Mundo e outras dentro de programas governamentais também impulsionarão o segmento.
Segundo o vice-presidente da área imobiliária do Sindicado da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), José Francisco Couto de Araújo Cançado, a recuperação já se mostrou no terceiro trimestre deste ano. "Quando a economia vai bem, a construção civil cresce e retroalimenta a economia", afirma.
Leia a continuação desta matéria:Obras ajudam país a crescer
Antes da crise econômica mundial eram realizadas cerca de 2,8 mil transações imobiliárias por mês na capital mineira. Em fevereiro deste ano, a insegurança do mercado provocou uma queda para 1,7 mil transações. Em julho, a PBH registrou 2.850 transações, variação de 67% em comparação com fevereiro.
A demanda maior se dá por apartamentos de três quartos, seguida pelos de dois e quatro. "Temos uma dificuldade grande de aprovar projetos em BH. Com a regulamentação da nova Lei de Uso e Ocupação do Solo, reduzindo o coeficiente de aproveitamento de um terreno entre 30% e 40%, certamente as construtoras terão mais dificuldade na adequação dos projetos. Além de gerar um incremento no preço dos imóveis, que pode chegar a 20%".
Na opinião de Hélio Dourado, CEO da Construtora Premo e presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento do Estado de Minas Gerais (Siprocimg), este até foi um ano interessante. "Os efeitos na economia demoraram para alcançar a construção civil. Vários projetos já estavam engatilhados e continuaram em obras", justifica. "Um sinalizador importantíssimo na retomada do setor é a constatação de crescimento nas vendas de cimento e aço". Outro termômetro que comprova isso é a arrecadação da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) com o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), cobrado no ato da compra ou venda de casas, apartamentos, salas, lojas e galpões, que chegou a R$ 64,3 milhões no primeiro semestre.
Leia mais:Apesar de boom, Brasil cairá em ranking de construção, diz estudoConstrução civil investe em qualificação para obras da Copa 2014