Conheça a Home Universal, projeto com foco total em acessibilidade
Ter a rotina transformada de maneira tão radical e repentina não é para ela o sofrimento maior. "O pior é ser dependente. Não ter a liberdade e a autonomia que tinha antes. É precisar contar com a ajuda dos outros para me locomover, problema que poderia ser minimizado, caso morasse em uma cidade com mais acessibilidade e tivesse uma casa mais adaptada à minha condição", afirma. Ela conta que, depois do acidente, e antes de retornar para casa, os pais, sem orientação especializada, fizeram algumas mudanças no apartamento onde moram.
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"Como nosso apartamento é no primeiro andar, só foi necessário tirar degraus em dois pontos da entrada do prédio e substítuí-los por rampas e instalar corrimão. No apartamento, a adaptação consistiu apenas no alargamento dos portais da sala e do banheiro. Mas as modificações não me garantem autonomia
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Fazer adaptações no novo apartamento, diz Mírian, seria uma solução. "Mas o custo é proibitivo. As adaptações mínimas, feitas por reforma e instalação de equipamentos básicos, não ficam por menos de R$ 100 mil e nós, cidadãos com problemas de locomoção, não temos nenhuma ajuda ou incentivo do governo, como a isenção de impostos na compra de equipamentos de adaptação - só há esse benefício na compra de carros - ou linhas de crédito especiais de financiamento para compra ou adaptação do imóvel. A sociedade precisa se conscientizar de que a mobilidade reduzida não é problema só do deficiente, é também do idoso, das crianças, das grávidas e de pessoas que sofrem dificuldades temporárias de locomoção. É um problema coletivo e precisamos nos unir e cobrar das autoridades a implementação de políticas públicas mais abrangentes e eficientes que garantam nossa qualidade de vida", desabafa.