Mercado imobiliário

Preço do imóvel dispara em BH

Valor das unidades negociadas na cidade quase dobra em três anos, com número de vendas estável e área em leve queda

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postado em 28/02/2012 12:51 / atualizado em 28/02/2012 12:56 Geórgea Choucair /Estado de Minas
Reprodução/Internet/www.skyscrapercity.com

Imóveis mais caros e menores. É assim que evoluiu o mercado de apartamentos novos em Belo Horizonte em 2011. O valor das negociações das unidades praticamente dobrou nos últimos três anos na capital e a área total transacionada teve queda de vendas por metro quadrado. Em 2011, foram vendidos R$ 6 bilhões em apartamentos em Belo Horizonte, com base no valor arrecadado no Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). É quase o dobro do valor registrado em 2008, quando foram comercializados R$ 3,1 bilhões, segundo o levantamento feito pela Câmara do Mercado Imobiliário de Minas Gerais, em parceria com o Sindicato da Habitação de Minas Gerais (Secovi-MG) e Fundação Ipead/UFMG.

Ao mesmo tempo em que cresce o valor dos imóveis vendidos, a área negociada cai. Em 2011, foram vendidos 2,36 milhões de metros quadrados em imóveis, contra 2,44 milhões em 2008, revela a pesquisa. “Na década de 80 e 90 o mercado imobiliário ficou praticamente estagnado. Em seguida veio a recuperação econômica do país, que explica a alavancada nos preços”, explica Ariano Cavalcanti, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário.

Os apartamentos lideram disparado o volume de transações imobiliárias na capital, com 69,41% do mercado, seguidos das casas, com 12,04%, dos lotes vagos, com 5,56% e das lojas, como 4,88%. No ano passado, o número de apartamentos comercializados na capital teve queda de 1,38 mil unidades, passando de 20.827 em 2010 para 19.445 em 2011. Mas o valor total das unidades vendidas continuou em alta e passou de R$ 4,94 bilhões para R$ 6 bilhões. “A queda no número de unidades vendidas mostra que estamos vivendo momento de acomodação nas vendas”, observa Ariano de Paula.

A acomodação, no entanto, está restrita às vendas. Os preços seguem em escalada. O valor médio dos apartamentos vendidos na capital saltou de R$ 160,07 mil, em 2008, para R$ 308,83 mil no ano passado. Em dezembro de 2011, as unidades chegaram a atingir o pico de R$ 364,61 mil na capital.

As vagas de garagem também tiveram salto de venda nos últimos anos. O valor total negociado saltou de R$ 6,74 milhões em 2009 para R$ 12,10 milhões em 2011. O preço subiu, mas o volume de vendas caiu de 484 para 416 unidades ao ano no período.

Lotes vagos

As transações com lotes vagos despencaram nos últimos anos na capital. O número de unidades vendidas caiu de 3.461 em 2007 para 1.770 em 2011. “Desde 2004 o preço dos lotes vagos está valorizando acima do avanço real de mercado. No ano passado, deu uma estagnada e acho que isso vai ser mantido. Caso contrário, fica inviável fazer os negócios em função dos preços dos lotes”, observa Ariano de Paula.

O aquecimento do mercado imobiliário fez o preço dos terrenos explodir nos últimos dois anos na capital. Em bairros como Lourdes, Funcionários, Sion e Anchieta, o valor do metro quadrado custa hoje até duas vezes mais do que há dois anos. O preço elevado emperra muitos negócios e prejudica lançamentos. A única forma de se construir edifícios na Zona Sul passa a ser por meio da demolição de outro imóvel, como os casarões antigos. Com isso, a especulação ganha força.

IGP-M acumula 3,43% em 12 meses

O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que reajusta a maior parte dos contratos de locação imobiliária, perdeu força e registrou deflação de 0,06% em fevereiro, ante inflação de 0,25% em janeiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A taxa acumulada do IGP-M é muito usada no cálculo de reajustes de aluguel. Até fevereiro, o indicador acumula taxas de inflação de 0,19% no ano e de 3,43% em 12 meses.

O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG), Paulo Tavares, afirma que a euforia da alta nos imóveis acabou. Segundo ele, as correções nos contratos ainda acontece um pouco acima da inflação, mas “em função das perdas dos últimos anos”. O presidente da CMI, Ariano Cavalcanti, acredita que os preços dos aluguéis vão entrar em uma rota de estabilidade a partir do segundo semestre, pois muitas obras serão finalizadas e a oferta de unidades tende a crescer. O IGP-M costuma ser usado para corrigir os contratos de imóveis em vigor. No vencimento dos contratos (em prazo de três anos), o reajuste de preço ocorre de acordo com as oscilações de mercado. Aí, passa a valer a lei da oferta e da procura.

CUSTOS

Já o Índice Nacional de Custos da Construção – Mercado (INCC-M) registrou taxa positiva de 0,42% este mês, em comparação com a elevação de 0,67% em janeiro. Dois dos três grupos do INCC tiveram aceleração. Em materiais e equipamentos, a alta de preços passou de 0,27% em janeiro para 0,32% em fevereiro, enquanto em serviços a inflação deste mês foi de 0,73%, acima do 0,68% de janeiro. Em contrapartida, o grupo mão de obra desacelerou, de 0,98% em janeiro para 0,43% neste mês. O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de março foi do dia 21 de janeiro a 20 de fevereiro. (GC)

Tags: Belo Horizonte

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Felipe - 28 de Fevereiro às 13:10
Até quando o Estado de Minas acha que vai conseguir enganar os mineiros? A Bolha Imobiliária chegou, não adianta postarem estas matérias mentirosas sobre o Mercado... Não se vende mais nada pois os preços são irreais. Não é à toa que o preço do aluguel não condiz com o preço de venda do imóvel.

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