Uma mansão na Ucrânia chama a atenção pela ligação direta com o ambiente costeiro que a cerca. Com construção concluída em setembro do ano passado, o imóvel tem 875 metros quadrados, com traços contemporâneos que criam uma característica marcante no litoral da Crimeia, aberto para vistas espetaculares do Mar Negro e das montanhas ao redor. A Yacht House (ou “casa iate”, na tradução para o português), compreende quatro apartamentos que podem ser alugados para temporada, organizados em torno de uma garagem de barcos de luxo no andar subsolo, conectados através de uma escada que sobe por uma torre. Na frente da casa, um píer generoso leva os habitantes a ter contato imediato com o oceano.
O projeto é de autoria do arquiteto residente em Londres Robin Monotti. Em 2011, o cliente ucraniano adquiriu o terreno que se encontra dentro da área do resort Costa de Foros, pertencente ao grupo Donetsk. Com um clima mediterrâneo e cenário cinematográfico, Crimeia é conhecida como a riviera russa. O resort está localizado no extremo sul da península, um dos locais mais procurados ao longo da faixa de 30 quilômetros no litoral da Ucrânia. Por causa da popularidade, a região conta com um rico patrimônio arquitetônico e político. Entre os imóveis da vizinhança, estão moradias da antiga União Soviética, incluindo a residência de Gorbachev e do atual presidente ucraniano, além de magníficos palácios e igrejas da época czarista.
A Yacht House é uma resposta contemporânea às tradições da Rússia. O projeto de Robin Monotti é intransigentemente moderno, mas também aberto e brincalhão, o que se torna importante em um país que ainda lembra de um regime político repressivo e sua associação com um tipo de arquitetura brutalista. Inicialmente, o morador demandou um espaço para estacionar seu iate de 13 metros e decidiu adicionar três apartamentos para alugar, além do alojamento do capitão. Um dos desafios da obra era como projetar a casa sem que os apartamentos fossem dominados pela grande porta que abriga a garagem náutica. Outra questão passou pelo declive do terreno e a proximidade com o mar que, em condições meteorológicas desfavoráveis, poderia banhar a casa com a água salgada, que pode ser corrosiva.
A construção começou a partir de uma sala para abrigar o iate, com 7 metros de largura, 15 metros de profundidade e 6 metros de altura, no piso térreo, que dá acesso para uma rampa que lança o barco ao mar, na parte da frente. Para equilibrar a porta de abertura desta garagem e valorizar a paisagem cenográfica e irrestrita para o Mar Negro, o arquiteto propôs três volumes distintos acima e ao lado, concebendo uma variedade de terraços em diferentes níveis, amplas vistas e áreas ao ar livre.
O exterior é trazido para dentro através do piso de 9 metros de largura e das generosas aberturas pelas janelas, que fornecem as características de uma marina quase perfeita. Quando as portas dobráveis estão abertas, a sensação de estar do lado de fora aumenta ainda mais, e as formas redondas em algumas janelas reforçam o tema marinho. Trilhos de vidro em todas as varandas e terraços permitem vistas desimpedidas, e um solário aberto de 135 metros quadrados no quarto andar oferece uma visão de 360 graus para o a imensidão do oceano e, por trás, as montanhas da Crimeia.
Uma alta torre com uma escada conecta os andares, com fendas nas janelas que lembram as fortificações genovesas de Balaclava, uma vila tradicional na região da Crimeia. As aberturas estreitas restringem a luz e os pontos de visão para que a surpresa seja ainda mais impactante quando se chega às áreas principais de estar e convivência. O alojamento do capitão e o primeiro piso se formam como grandes estúdios, de onde o morador sobe para os apartamentos de dois quartos, nos terceiro e quarto andar. Eles são totalmente compostos com mobiliário italiano de alta qualidade, ressaltando o branco.
"A casa do iate é uma composição orgânica. Começamos com a caixa para o barco e, em seguida, adicionamos o alojamento ao lado, os terraços e, finalmente, a torre da escada. Mas o ponto alto do edifício é a proximidade com o mar e o céu. Queríamos que as pessoas pudessem experimentar o entorno, com o som da água, os ventos do mar, as mudanças de luz e temperatura, e até mesmo o gosto salgado no ar – como se já estivessem em um iate", finaliza o arquiteto responsável pelo projeto.
Comentários
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Marcone
- 06 de Fevereiro às 13:49
É meus amigos dinheiro não compra felicidades, ele faz ,busca onde estiver, quando que um classe média, ou um miserável pobre igual a eu teremos a oportunidade de pelo menos visitar esta maravilha.Nunca!!!!