Casa na Austrália tem desenho inusitado que valoriza a ideia de perspectiva e refúgio

Esta casa em Bronte, um subúrbio de Sydney, na Austrália, explora a noção de “perspectiva e refúgio”, conceitos norteadores do projeto. Com desenho que prima pela contemporaneidade, o imóvel foi construído para uma família moderna pelos arquitetos australianos da MPR Design Group. A ideia de perspectiva aparece com a visão da praia e da paisagem que surgem pela costa sul, formando um panorama em constante movimento, que se altera de acordo com a época do ano, o clima e a hora do dia. Como outro protagonista, nasce a concepção de refúgio, moldada pelas características espaciais específicas criadas pelos autores, que proporcionam uma sensação de santuário, invólucro ou mesmo, pode-se dizer assim, um casulo de conforto.


Esses dois desejos conduzem o planejamento da residência, e foram aplicados na definição de dois volumes concretos esculpidos pela arquitetura. Formas arrendondas nas extremidades da estrutura se assemelham a grandes tubos, independentes um do outro, permitindo que o tubo superior se torça no sentido da vista.

Na Hewlett House, o pavimento superior, onde estão os ambientes de estar, se abre totalmente para fora, deixando o sol norte do inverno penetrar profundamente nestes espaços, proporcionando uma visão desimpedida do lado sul. A forma também fornece uma eficiente ventilação passiva, desenhada pela brisa vinda do nordeste, que predomina por toda a morada.

Nos dois níveis mais baixos, o caráter dos espaços se alterna entre locais de privacidade e refúgio. No andar do meio, esta parte do tubo abriga os quartos, cada um com um aspecto diferente. Abaixo, o piso inferior carrega uma atmosfera de caverna, concebida a partir do quarto composto por um corte na parede de rocha e o chão de pedra escuro que conecta o interior e o exterior. Dali se chega à piscina, que salienta o elemento água como um elo entre a pedra e o jardim, outros destaques da construção.

Alguns detalhes que chamam a atenção no projeto buscam inspiração nas formas da natureza. Por exemplo, as bandas dobradas da fachada frontal, onde também saltam aos olhos, como no resto da casa, as colunas brancas diagonais entrelaçadas, remetem aos galhos das árvores de eucalipto, nativas na região. Este desenho também serve como uma tela de privacidade que preserva o espaço de refeições por trás da fachada.