Retirada das lâmpadas incandescentes do mercado visa dar lugar às mais eficientes
Decisão do governo federal de tirar do Brasil a mais popular fonte de iluminação abre espaço para outras mais econômicas. Conheça três tipos de lâmpadas que têm menor consumo de energia e maior vida útil
As lâmpadas incandescentes de 60 watts (esquerda, acima) estão dando lugar às fluorescentes (direita acima), halógenas (abaixo,à esquerda) e de LED (abaixo, à direita)
Preparem-se para a despedida. Daqui a um ano, o comércio será proibido de vender lâmpadas incandescentes de 60 watts (60w), as mais presentes nos lares brasileiros. A decisão do governo federal de tirar do mercado a mais popular fonte de iluminação visa dar espaço para tecnologias mais eficientes. E agora, quais são as alternativas para os consumidores? O Lugar Certo apresenta os três tipos de lâmpadas que podem substituir as incandescentes com menor consumo de energia e maior vida útil.
As lâmpadas halógenas são consideradas substitutas diretas das incandescentes. O gerente de produtos da Osram, Pedro Sega, explica que elas têm a mesma estrutura, com o bulbo na base, o que facilita a instalação na maioria das luminárias, e também fornecem uma iluminação bem próxima da natural. A vantagem é que chegam a ser 30% mais eficientes, porque contêm um gás que potencializa a emissão de luz. Mas no Brasil, as fluorescentes compactas ainda são as substitutas mais conhecidas. “O conceito foi difundido mais rápido devido ao apagão de 2001. A migração teve que ser um pouco forçada porque era preciso gastar menos energia e as fluorescentes economizam até 80%”, pontua. Por outro lado, elas geram uma iluminação mais fria e contaminam o meio ambiente com o metal tóxico mercúrio.
Para o gerente de produtos da Osram, em breve as lâmpadas LED (em inglês, light emitter diode) vão substituir todas as outras tecnologias. Sega enxerga vários aspectos positivos da chamada iluminação do futuro, começando pela eficiência energética. Um lâmpada LED de 10w equivale a uma incandescente de 60w, o que possibilita uma economia de até 90%. A nova tecnologia não impacta o meio ambiente e permite um aproveitamento melhor da energia, considerando que apenas 5% da energia gerada pela incandescente é convertida em eletricidade. Além disso, a LED pode durar até 25 mil horas, sendo que o tempo de uso da incandescente não passa de mil horas. Como é ofertada em uma variação enorme de cores, desde amarela até branca, ela pode se encaixar em qualquer ambiente.
O que falta é baixar o preço. “É um produto que ainda não está muito difundido no mercado, diferentemente da Europa e dos Estados Unidos, por isso é mais caro. Com o passar dos meses e a demanda crescer, haverá uma redução drástica dos custos”, avalia o gerente de produtos da Osram.
A arquiteta Ivana Seabra confirma que as lâmpadas incandescentes deixaram de ser incluídas em projetos de iluminação. “A tendência tem sido usar lâmpadas LED. Apesar de ter um custo inicial mais elevado, elas têm durabilidade maior e baixo custo de energia”, resume. Basta fazer a escolha certa para “aquecer” o ambiente com a tecnologia vista como “fria” por muitos brasileiros.
De acordo com a arquiteta, as lâmpadas LED amareladas imitam a cor das incandescentes, levando também aconchego e calor para os moradores. Elas não esquentam de verdade, como as que estão sendo substituídas, mas conseguem dar a sensação de aquecimento e nem de longe lembram a iluminação artificial de hospitais, por exemplo. Por isso, são mais indicadas para ambientes íntimos, principalmente os quartos.
ESTRATÉGIA
Em cozinha e banheiro, muitos clientes ainda preferem instalar lâmpadas fluorescentes compactas. “Elas também são econômicas e encaixam melhor em ambientes que necessitam de mais claridade. Podem ser usadas em escritório, mas sempre coloco em cima da bancada uma LED para dar uma iluminação mais eficiente”, informa Ivana. Enquanto as fluorescentes distribuem a luz por igual em todo o espaço, as LED são mais focadas e iluminam detalhes, o que não impede que estejam em ambientes maiores, como salas. A estratégia da arquiteta é usá-las com lustres pendentes ou arandelas.
Ainda não dá para saber qual será a economia para o sistema elétrico, mas o analista de comercialização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) Ranieri Cesar Leite Coelho garante que os consumidores vão sentir no bolso a substituição, já que a iluminação é responsável por 30% do consumo de energia. “As pessoas percebem muito claramente o que economizam na conta de luz”, diz. Seguindo determinação dos Ministérios de Minas e Energia (MME), Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), até 2016 as lâmpadas incandescentes de todas as potências que não alcançarem o nível exigido de eficiência energética deverão ser retiradas de circulação.
Comentários
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Marco
- 07 de Julho às 11:09
E OS PREÇOS DAS LÂMPADAS MAIS ECONÔMICAS? SERÃO MAIS ECONÔMICOS TAMBÉM? EM PRESIDENTE? UMA INCANDESCENTE: 2.80 NA MÉDIA. UMA FLUORESCENTE: 12, 15, 20 REAIS...E AÍ?