Especialistas apontam cenário melhor no segundo semestre no mercado imobiliário
Construção aposta na retomada da aprovação de projetos de residenciais em 2016. Novo Plano Diretor de Belo Horizonte devem aquecer setor imobiliário
Spazio EcoVitta, da MRV Engenharia: empresa espera a volta dos lançamentos este ano
O ano de 2016 não vai começar muito diferente de 2015, mas espera-se um cenário melhor a partir do segundo semestre. Para Otimar Bicalho, presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), o estoque de apartamentos ofertados vai se reduzir e o primeiro impacto será um aumento nos valores dos usados para, depois, uma retomada na aprovação de projetos de novas unidades de prédios residenciais. “Isso indica que só em 2017 teremos um acréscimo na oferta de unidades novas. Por sua vez, o aumento no valor dos apartamentos usados é um vetor de impulso na venda de unidades novas, facilitando a evolução no patrimônio dos clientes”, acredita.
Para Geraldo Jardim Linhares Júnior, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), ter menos imóveis ofertados é sinal de um bom momento para comprar. “Lá na frente teremos menos ofertas porque poucas empresas vão lançar”, sugere. Como o mercado da construção civil é muito dependente da macroeconomia, as condições para adquirir dependem muito da confiança.
Dois fatores, no entanto, na opinião de Bicalho, podem alterar o futuro próximo na área imobiliária: o novo Plano Diretor de Belo Horizonte e a proposta da operação urbana das avenidas Antônio Carlos e Andradas Leste-Oeste. “Como os preços dos terrenos não diminuíram, o resultado será a oferta de apartamentos de valor abaixo de R$ 300 mil, com uma só vaga de garagem, unidades pequenas, de dois quartos, voltados para usuários do transporte coletivo. É um produto que não apresenta muita procura hoje e não será suficiente para manter o mercado em razoável nível de atividade”, pondera.
Para Rafael Menin, presidente da MRV Engenharia, o que mais comprometeu a construção civil em 2015 foi a falta de funding e também essa confiança do consumidor abalada com o aumento do desemprego e dos juros. “Acredito que o mercado, como um todo, não deve ter grandes mudanças. Deve ficar muito próximo do que foi o ano de 2015. A MRV espera o novo ano com dois aspectos positivos: o lançamento da fase 3 do programa habitacional do governo federal Minha casa, minha vida, que deverá ser uma injeção de adrenalina para os lançamentos e vendas da construtora, e a volta dos lançamentos nas capitais e nas cidades de grande porte do país.
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