O mercado imobiliário de Belo Horizonte fechou o primeiro semestre em alta quando comparado com o desempenho dos seis meses anteriores. As vendas subiram 48,81%, enquanto os lançamentos tiveram incremento de 81,14%, segundo dados da pesquisa “Construção e comercialização de imóveis”, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), divulgada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG). Outro indicador positivo do período foi a Velocidade de vendas, cuja média saiu de 6,5% para 7,5%.
Apesar de o desempenho vir oscilando mês a mês, as perspectivas a partir de agora são de expansão. Segundo o vice-presidente da Área Imobiliária do Sinduscon-MG, Lucas Guerra Martins, o mercado imobiliário não seguiu o ritmo de redução de atividades observado no segundo semestre do ano passado, o que é positivo. Confrontando os primeiros seis meses de 2014 com o mesmo período de 2013, o volume de lançamentos também cresceu – 30,06%, no caso –, mas as vendas no primeiro semestre de 2014 recuaram 15,28% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Os dados, contudo, não contemplam a região metropolitana e, por isso, segundo Bráulio Franco Garcia, diretor da área imobiliária do Sinduscon-MG, não revelam o crescimento total do setor. Em 2010, com a lei que restrigiu o potencial construtivo em Belo Horizonte, houve uma corrida para aprovação de projetos. Nem todos foram aprovados, o que empurrou muitos lançamentos para 2011. Nesse momento, segundo Braúlio, houve um êxodo das construtoras para a região metropolitana, onde as regras eram menos restritivas.
Esse melhor desempenho, na opinião de Bráulio, tem suas bases nesse processo da lei. “Quando ela passou a vigorar houve uma baixa de lançamentos. Afinal, restringia muito a construção. Depois veio um período de maturação. Agora que foram absorvidos os impactos da lei começamos a ver um maior volume de lançamentos em 2014”, explica. Os imóveis mais procurados são aquelas com valor entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, comuns em regiões de expansão como os bairros Castelo, Ouro Preto, Buritis, Estoril, e também no vetor norte, próximo a Venda Nova.
Apesar do crescimento, Braúlio considera que o mercado continua estável. “Não esperamos decréscimos acentuados nem temos perspectiva de um grande aumento, inclusive por ser um ano atípico. Às vésperas das eleições, é comum uma incerteza dos compradores, que não querem assumir dívidas futuras. Mas este é um mercado que não para. Afinal, em um momento de incerteza econômica o investimento mais seguro é o imóvel, porque o mercado financeiro fica muito incerto. As construtoras têm vários nichos em que investir”, defende.
ALUGUEL A oferta de imóveis residenciais para locação também cresceu: 7,68% no acumulado dos sete primeiros meses de 2014, de acordo com pesquisa mensal realizada pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) juntamente com o Ipead da UFMG. Já a oferta de imóveis comerciais para locação aumentou 3,91% de janeiro a julho, e no acumulado dos últimos 12 meses o índice chega a 54,34%. Para Jamerson Leal, diretor da área das corretoras de imóveis da CMI/Secovi-MG e proprietário da Leal Netimoveis, o mercado de aluguel deve, inclusive, crescer mais que o mercado de vendas. E as perspectivas para o segundo semestre são melhores queo primeiro, muito impactado pela Copa. “Foi acabar o campeonato para a demanda aumentar 35% na minha imobiliária”, comenta.