São Paulo – A presidente da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior, anunciou, durante apresentação dos resultados do banco, três medidas para aquecer o financiamento imobiliário no país. Entre elas estão o aumento dos recursos para contratação do financiamento imobiliário, reabertura do financiamento do segundo imóvel e elevação da cota de recursos destinados à compra de imóveis usados. “Com essas medidas, nosso objetivo é viabilizar mais acesso às unidades habitacionais pelos brasileiros e estimular o segmento da construção civil”, disse a presidente da instituição.
Segundo ela, a Caixa terá este ano R$ 16,5 bilhões adicionais destinados ao financiamento de imóveis. Com esse recurso extra, disse a presidente, será possível a contratação de crédito de mais 64 mil unidades habitacionais, um aumento de 13% em relação ao previsto. Com o aumento da cota de recursos para imóveis usados para 70%, Miriam acredita que haverá um impacto positivo também no mercado de imóveis novos, principalmente nas classes média e alta. “A compra do imóvel novo implica na venda do imóvel usado”, disse.
A presidente da Caixa também anunciou a reabertura do segundo imóvel, nas mesmas condições de financiamento do primeiro. Essa linha de crédito estava fechada na Caixa. “Com a reabertura, será possível ter dois imóveis financiados ao mesmo tempo”, disse.
RESULTADO O lucro líquido da Caixa Econômica Federal foi de R$ 7,2 bilhões no ano de 2015, um aumento de 0,9% em relação a 2014. O retorno sobre o patrimônio líquido médio nos últimos 12 meses foi de 11,4%. A margem financeira alcançou R$ 41 bilhões, avanço de 18,9% em 2015, impactada, principalmente, pelo aumento de 30,5% nas receitas de crédito e de 44,9% no resultado com títulos e valores mobiliários e derivativos. Os ativos próprios somaram R$ 1,2 trilhão ao final de 2015, avanço de 13% contra 2014.
A carteira de crédito ampliada avançou 11,9% em 12 meses e alcançou saldo de R$ 679,5 bilhões, com participação de mercado de 20,9%, um aumento de 1,1 ponto percentual em 12 meses. O crédito habitacional teve evolução de 13% no ano e saldo de R$ 384,2 bilhões, com participação de mercado de 67,2%. As contratações da carteira somaram R$ 91,1 bilhões ao final de 2015, dos quais R$ 55,5 bilhões com recursos do FGTS, incluindo subsídios, e R$ 34,8 bilhões com recursos do Caixa/SBPE, além de R$ 807 milhões contratados com outros recursos. O crédito comercial para pessoas físicas e jurídicas totalizou R$ 199,4 bilhões, alta de 4,8% em 12 meses. A receita com prestação de serviços e tarifas teve alta de 12,6% em 2015. As despesas administrativas tiveram avanço de 5,6% no ano passado contra 2014 e as despesas de pessoal tiveram evolução de 10,5%.
INADIMPLÊNCIA O índice de inadimplência acima de 90 dias foi de 3,55% em 2015, aumento de 1 ponto percentual no ano, influenciado pelas operações comerciais para pessoa física e para micro e pequenas empresas. As captações alcançaram saldo de R$ 940,9 bilhões, com crescimento de 15,3% em 12 meses. Os depósitos tiveram expansão nominal de R$ 35,6 bilhões em 12 meses, e chegaram a R$ 454,7 bilhões em 2015. A poupança alcançou saldo de R$ 241,4 bilhões, elevação de 1,9% no ano. A base de clientes do banco alcançou 82,9 milhões em 2015, alta de 5,9% em 12 meses.