Os famosos 'apertamentos' estão mudando de cara. Geralmente ligados a empreendimentos de baixa renda, apartamentos menores vêm ganhando cada vez mais espaço em bairros nobres de Belo Horizonte. Boa localização, comodidade, serviços e facilidades comuns dentro do condomínio, como faxineira, academia e espaço gourmet, são alguns dos atrativos desses empreendimentos, voltados, principalmente, para jovens, solteiros, idosos ou casais sem filhos.
Para debater essa nova tendência, o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) promoveu palestra com o empresário paulista Alexandre Lafer Frankel, CEO da Vitacon Construtora, que apresentou seu conceito de imóveis compactos a representantes de grandes incorporadoras imobiliárias de Belo Horizonte. Os projetos de Frankel são bastante inovadores e apontam para uma possível tendência de apartamentos pequenos em edifícios de alto padrão nas grandes cidades. Um de seus empreendimentos em São Paulo tem apenas 14 metros quadrados (m²) e faz uso de recursos que são comuns em barcos, como camas que dobram e painéis giratórios, para otimizar o aproveitamento do limitado espaço.
Mais do que falar de apartamentos menores, Frankel apresentou aos empresários mineiros um conceito de vida na cidade. Autor de três livros do projeto Como viver em São Paulo sem carro, idealizado por ele, o engenheiro incorpora a seus projetos ideais de mobilidade e economia de compartilhamento – em que objetos e espaços comuns nos edifícios compensam a falta de espaço e poupam os moradores de gastos mais altos com recursos pouco utilizados.
Manhattan Square tem apartamentos de um quarto de 18m² a 42m²
O público-alvo da Vitacon são solteiros, casais recém-casados e executivos que desejam morar perto do trabalho para evitar grandes deslocamentos no congestionado trânsito da capital paulista. Estudantes e idosos também estão na mira de Frankel.
Mesmo que os conceitos apresentados na palestra sejam inovadores, a tendência já começa a aparecer em alguns empreendimentos em BH. Longe de serem apartamentos populares, lofts, um ou dois-quartos com menos de 40m², com bom padrão de acabamento, ganham cada vez mais espaço na Região Centro-Sul da capital mineira. Mas não é somente localização privilegiada que o público desse modelo de imóvel busca. Ele também exige inovação, sofisticação e soluções práticas para o cotidiano (e está disposto a pagar por isso). Segundo pesquisa do Sinduscon-MG, realizada pela Brain, o preço médio do metro quadrado de apartamentos compactos de luxo em BH e Nova Lima passa dos R$ 9 mil. Em unidades maiores com o mesmo padrão, a tendência é que o valor seja menor.
Lagoa Sol, da EPO Engenharia, contará com a comodidade de ter supermercado no complexo
Presidente do Sinduscon-MG Jovem, Daniel Katz foi o idealizador da palestra. Ele acredita que o valor elevado se dá pela adequação do imóvel às necessidades do consumidor. “Esse público é formado por jovens solteiros ou recém-casados que passam a maior parte do tempo fora de casa, na escola, no trabalho, na academia. Por isso, eles preferem espaços menores, mas organizados e situados próximos ao trabalho e a centros comerciais.”
OPORTUNIDADES O projeto Boa Hora (www.boahorabh.com.br) – iniciativa de 19 das maiores incorporadoras do mercado imobiliário de Minas Gerais com o apoio do Sinduscon-MG –, guarda boas oportunidades para quem procura apartamentos compactos com localização privilegiada. O portal reúne parte dos estoques das empresas em um único ambiente virtual com preços e condições de negociação mais favoráveis aos clientes.
O Ville Celestine, da PHV, é um mix de condomínio e apart-hotel, além de contar com lojas, que une o conforto de um residencial de alto padrão à comodidade do serviço de hotelaria no Bairro Luxemburgo, na Região Centro-Sul. Os apartamentos de um ou dois quartos têm cerca de 22m², com acabamento refinado, decoração contemporânea e uma vaga de garagem. Sauna, lounge panorâmico, piscina com borda infinita e spa são outros diferenciais do empreendimento, pronto para morar.
Fachada do Unique Vespasiano, das construtoras Katz e Sancrusa, com imovéis de 35m²
Outra participante do Boa Hora, a Patrimar tem três empreendimentos do tipo (que não estão no projeto, mas são aposta da construtora). Um é o Manhattan Square, na Savassi, que conta com apartamentos de um quarto de 18m² a 42m². No Vila da Serra, em Nova Lima, são dois condomínios: o Edifício Tribeca Square, com studios de 52m², e o Edifício Soho Square, com imóveis de um quarto de 56m². Todos contam com área de lazer completa e, no mínimo, uma vaga de garagem.
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