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Ronaldo - 25 de Junho às 14:13
Quanto a este tipo de arquitetura, é bom olharem também sobre San Pedro de Atacama, no Chile. Como lá é deserto, as construções são somente em terra, barro e gravetos. Tipo das nossas construções de adobe

A experiência de profissionais brasileiros em evento internacional sobre arquitetura de terra

A 2ª edição do Festival Cultural Internacional de Promoção das Arquiteturas de Terra - Architerre 2013, aconteceu em abril, em Argel, na Argélia

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postado em 25/06/2013 08:44 / atualizado em 14/04/2015 17:22 Daniel Quintão /Especial para o Lugar Certo , Frederico Prates /Especial para o Lugar Certo
Vista parcial da Vila de Gardhaïa, no Vale de M%u2019zab - O3L Arquitetura/Divulgação Vista parcial da Vila de Gardhaïa, no Vale de M%u2019zab

Entre os dias 20 e 25 do último abril foi realizado, na École Polytechnique d'Architecture et d'Urbanisme d'Alger, na Argélia, a 2ª edição do Festival Cultural Internacional de Promoção das Arquiteturas de Terra - Architerre 2013, cujo objetivo principal é sensibilizar e conscientizar os principais atores da construção civil sobre as formas de conservação e manutenção dos sítios históricos daquele país.

O festival faz parte de uma estratégia do Ministério da Cultura argelino, visando a reabilitação da imagem das arquiteturas de terra e sua importância como elemento fundamental na constituição da identidade cultural local. Para tanto, foi criado, dentro do organismo federal, o Centre Algérien du Patrimoine Bâti en terre - CAPTerre, através do qual foi institucionalizada a realização anual do festival.

O país conta com uma série de sítios históricos, onde as técnicas construtivas predominantes são as alvenarias de adobes e de pedras. Em 1982, a região do Vale de M'zab, constituído por cinco cidades fortificadas a partir do século 10, e ainda habitadas, foi inscrita como patrimônio da humanidade pela UNESCO. Sua arquitetura, adaptada às condições do deserto, revela particularidades do modo de vida das comunidades locais e suas estruturas familiares.

Estes sítios históricos estão ameaçados pela descaracterização e ruína, face ao abandono das técnicas tradicionais de construção, substituídas indevidamente por materiais e técnicas incompatíveis. A industrialização dos modos de produção do espaço construído e a uniformização da formação dos arquitetos, engenheiros e demais atores da construção, não consideram outras técnicas construtivas senão aquelas industrializadas. Partindo dessa constatação, o festival trabalha diretamente sobre a sensibilização dos estudantes e dos profissionais da construção civil que atuam, e atuarão, sobre as cidades argelinas.
Alunos de arquitetura e engenharia na oficina de produção de adobes durante o  Festival Architerre 2013 - O3L Arquitetura/Divulgação Alunos de arquitetura e engenharia na oficina de produção de adobes durante o Festival Architerre 2013

Em uma semana, foram organizadas oficinas de formação e sensibilização nas instalações da escola de arquitetura e urbanismo de Argel, quando inúmeros grupos foram enquadrados na programação. Profissionais arquitetos especialistas de vários países do mundo participaram como instrutores. Representando o Brasil, a convite do Ministério da Cultura daquele país, a O3L Arquitetura integrou a equipe da oficina de produção de adobes na ocasião da realização da segunda edição do festival.
Alunos de arquitetura e engenharia na oficina de taipa de pilão durante o festival - O3L Arquitetura/Divulgação Alunos de arquitetura e engenharia na oficina de taipa de pilão durante o festival

Além das oficinas de prática, foram realizados seminários, onde os profissionais convidados apresentaram diversos trabalhos, cujos temas englobam a restauração das edificações tradicionais em terra, assim como as releituras e possibilidades de emprego das técnicas construtivas em terra crua na arquitetura atual, em uma linguagem contemporânea, contemplando também os aspectos de conforto e baixo impacto ambiental.
Apresentação dos trabalhos técnicos no seminário científico durante o  evento - O3L Arquitetura/Divulgação Apresentação dos trabalhos técnicos no seminário científico durante o evento

Assim como na Argélia e em inúmeros países do mundo, os sítios históricos brasileiros também sofrem ameaças semelhantes. Muitos dos quais, protegidos por leis federais, estaduais, municipais e alguns também inscritos como patrimônio da humanidade pela UNESCO, têm como desafio conciliar o crescimento e desenvolvimento das cidades com a preservação dos seus espaços históricos. A atuação dos arquitetos, engenheiros e construtores, dentro de um programa de gestão pública ou não, deve ser fundamentada sobre os princípios da conservação e preservação, considerando as técnicas e materiais compatíveis na manutenção e restauração das edificações detentoras de significação histórica e cultural.
Detalhe de muro em adobes e base de pedras (esq.) e do minarete da mesquita (dir.), na Vila de Gardhaïa, no Vale de M'zab - O3L Arquitetura/Divulgação Detalhe de muro em adobes e base de pedras (esq.) e do minarete da mesquita (dir.), na Vila de Gardhaïa, no Vale de M'zab

Teto de uma casa tradicional, também Vila de Gardhaïa, no Vale de M'zab, em que são utilizados troncos de palmeiras e terra crua - O3L Arquitetura/Divulgação Teto de uma casa tradicional, também Vila de Gardhaïa, no Vale de M'zab, em que são utilizados troncos de palmeiras e terra crua

Fotos mostram uma porta de acesso a uma casa tradicional e a vista parcial do mercado de rua, na Vila de Gardhaïa - O3L Arquitetura/Divulgação Fotos mostram uma porta de acesso a uma casa tradicional e a vista parcial do mercado de rua, na Vila de Gardhaïa

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