Depois de duas retrações anuais consecutivas, a quantidade de apartamentos prontos vendidos em Belo Horizonte voltou a crescer no acumulado de 2013: foram 20.466 unidades contra 18.578 em 2012, 19.445 em 2011 e 20.827 em 2010. Por outro lado, o preço médio (R$ 407.173,62) desse tipo de imóvel apurou a menor alta dos últimos nove anos: 7,4% em relação ao de 2012 (R$ 379.224,81). É a primeira vez desde 2005 que o avanço do preço médio de um ano para outro não atinge dois dígitos. Para se ter ideia, o indicador havia crescido 22,79% de 2011 para 2012.
Ainda assim, o resultado superou a inflação oficial de 2013 – o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,91%. “Depois de uma queda na quantidade de apartamentos vendidos em 2012, esse segmento se recuperou no ano passado. O preço médio do nosso mercado vai caminhar em linha com a inflação”, prevê o presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Evandro Negrão de Lima Júnior.
Ele acrescenta que o mercado já aguardava a desaceleração do preço médio dos apartamentos, cujas vendas correspondem a mais de 70% das transações de imóveis comerciais e residenciais. Os empresários do setor preferem avaliar a recuperação do nível de vendas e fazem questão de destacar dois dados: o salto de 417,2% no preço médio dos apartamentos entre dezembro de 2013 (R$ 491.217,72) e igual mês de 2004 (R$ 94.972) – a estatística não leva em conta a inflação acumulada no período – e o aumento no volume de imóveis negociados entre 2012 e o ano passado.
O mercado de apartamentos é um dos termômetros da economia da cidade. As transações desse tipo de imóvel respondem por mais de 70% das negociações comerciais e residenciais na capital. Em relação às vendas de todos os tipos de imóveis (apartamentos, casas, salas etc.), o mercado registrou alta de 5,6% entre 2012 e 2013, de 26.620 unidades para 28.110 registros. Em cifras, essas operações saltaram 16,6%, de R$ 9,6 bilhões para R$ 11,2 bilhões. Já a quantidade de casas vendidas no ano passado foi menor do que em 2012, de 2.873 para 2.845, com o valor dos negócios passando de R$ 1,07 bilhão para R$ 1,22 bilhão. Esse tipo de residência ocupa o segundo lugar no ranking de transações imobiliárias em BH, com 11% das operações. Os dados foram divulgados pela CMI/Secovi-MG e elaborados em parceria com o Instituto de Pesquisas Econômicas e Administrativas da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG).
ITBI MAIS ALTODe acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, a receita com o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso Inter-Vivos (ITBI) saltou 13,3% nos dois últimos anos, de R$ 309 milhões para R$ 350 milhões – a alíquota do ITBI é de 2,5%, mas passará para 3% a partir de maio. Boa parte do aumento da arrecadação com o tributo se deve às vendas dos apartamentos prontos (20.466 unidades, alta de 10,16% em relação aos 18.578 registros de 2012). Resultado: a cifra com essas transações passou, no mesmo confronto, de R$ 7,05 bilhões para R$ 8,33 bilhões, um avanço de 18,15%.