Lu Mendes, sócia da Ideale Acabamentos, preferiu instalar o piso sobre o já existente para economizar tempo
Na hora de decidir fazer uma reforma, uma nova tendência deve mudar a rotina de ‘quebra-quebra’ dentro de casa ou no escritório, reduzindo o tempo da obra e a necessidade de gerar entulhos. Dependendo do caso, nem sempre custa mais caro assentar o piso sobre outro já existente ou sobrepor azulejos de banheiro ou de cozinha, aplicando o conceito de retrofit ao mundo das reformas. É o que foi feito, por exemplo, na unidade da Ideale Acabamentos no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, que resultou na economia do tempo em até um quinto.
Segundo a sócia da empresa, Lu Mendes, o assentamento de 300 metros quadrados sobre a cerâmica antiga foi feito em apenas cinco dias. Se a opção fosse a reforma convencional, com a necessidade de quebrar e refazer o contrapiso, o mesmo serviço levaria de 25 a 30 dias para dar igual efeito. “Em termos de lucro cessante, seria muito significativo manter as portas fechadas aos clientes durante todo esse tempo”, compara André Ferreira, também sócio da empresa, que oferece ambas as opções de escolha de material. “O acabamento é de qualidade idêntica, desde que seja usada a argamassa especial colante”, acrescenta.
Tida como mais prática, a solução já é empregada em obras de engenharia onde há dificuldades para a instalação de caçambas e em localidades onde se exigem menores níveis de ruído, perto de regiões hospitalares ou em vias de muito trânsito. “É uma obra mais rápida e fácil, mas primeiro é preciso analisar o estado de cada piso. O serviço só vai ficar realmente bom se o piso de baixo estiver em bom estado, isento de gordura, graxa ou cera”, avisa o engenheiro Lúcio Otávio Ribeiro Moreira.
Moreira lembra ainda que, dependendo da espessura da cerâmica, será preciso cortar as portas e adaptar degraus à nova altura. Apesar de ser mais econômico, nem sempre é possível aproveitar o acabamento original caso a primeira cobertura seja de ardósia, uma pedra mais porosa e irregular, segundo o engenheiro. Outro inconveniente poderá ser a instalação sobreposta de granito, por exemplo, que pode deixar um degrau alto demais, alerta Lu Mendes. ALINHAMENTO Um laminado novo, que promete substituir azulejos do banheiro ou da cozinha, foi apresentado recentemente em feiras de decoração pela alemã Rehau, fornecedora de inovações e soluções à base de polímeros. Para Maiquel de Carvalho, gerente de projetos da Rehau no Brasil, a linha está completamente alinhada ao conceito retrofit. “Nós sempre procuramos trazer para o mercado brasileiro o que temos de mais inovador e tecnológico, sem falar da praticidade que esses produtos devem proporcionar. Imagine poder transformar um banheiro em apenas um dia”, comenta.
Segundo o executivo, a linha de laminados da empresa alemã pode servir tanto como revestimento para móveis como para sobrepor os azulejos no acabamento do banheiro e da cozinha, sem a necessidade de quebra-quebra ou obras que levam semanas para ser finalizadas.
Antes de decidir pelas reformas do banheiro ou da cozinha, entretanto, é preciso fazer uma análise técnica de engenharia, recomenda o engenheiro Lúcio Moreira. “Se o objetivo for apenas renovar um piso de cerâmica que já cansou, uma indicação é o assentamento direto. Mas se a obra se der em um cômodo muito antigo, é preciso observar a necessidade de fazer também a troca das instalações hidráulicas”, afirma Moreira, citando que construções com mais de 20 anos costumavam usar canos de ferro ou de alumínio, que podem estar enferrujados, comprometendo o resultado.
ESQUELETOS DE PRÉDIOS O uso do retrofit no mercado das reformas e acabamentos nada mais é que uma adaptação do termo, já empregado na construção civil para fazer intervenções em conjuntos arquitetônicos antigos. Mais comum em países europeus, a técnica é usada em grandes cidades para renovar esqueletos de prédios e dar vida nova às regiões centrais. “Em BH, posso dizer que o próprio Centro ganharia vida nova com a nova designação aos prédios comerciais, que estão malcuidados e parecem abandonados durante a noite”, afirma Geraldo Jardim Linhares Junior, primeiro vice-presidente do Sinduscon de Minas Gerais. Ele cita como bom exemplo a requalificação do Hotel Excelsior, transformado em edifício residencial e escola profissionalizante pela Construtora Diniz Camargos. Matéria editada em 17/10/2016
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