Quando se fala em Feng Shui, além da palavra energia, outra palavra logo vem à tona: BAGUÁ. Mas o que vem a ser Baguá? Na verdade, BA GUA (ba=oito – gua=trigramas) é uma mandala chinesa, um octógono, formado por oito conjuntos de três linhas, aos quais denominamos “trigramas”.
Estes trigramas foram ordenados em duas sequências: a sequência do Céu Anterior e a sequência do Céu Posterior. Esta segunda sequência é uma sequência temporal e por isso é usada para a avaliação de residências. Ela apresenta uma estrutura psicológica. Cada trigrama possui um amplo significado simbólico.
A Escola do Chapéu Preto tem a proposta de avaliar os lugares através do Baguá com a sequência do Céu Posterior. A cada trigrama está relacionado um aspecto básico da vida humana (trabalho, conhecimento, família, riqueza, fama, casamento, filhos, amigos e saúde), e a cada um desses aspectos relacionam-se os atributos de cada trigrama, dentre eles as estações ou ciclos sazonais.
Vale lembrar que o Feng Shui é uma ciência de vida e, assim sendo, é jornada e não destino fixo. O Baguá nos remete a essa jornada.Tudo tem início na Família, com o nascimento da pessoa, e se desenvolve pelos trigramas seguintes, alcançando a Fama (maturidade), passando pelo Casamento, tendo Filhos, expressando-se no Trabalho (carreira) e adquirindo Conhecimento, que nada mais é que experiência de vida.
Tudo tem início na Primavera, estado de mudança, de plantio, passa pelo auge, pela euforia do Verão, pelo tempo do Outono, quando se começa a colher os frutos do que se plantou e chega-se ao Inverno, que é aquela parada, diga-se de passagem, obrigatória, para se repensar a vida ou tomar fôlego (férias) para um novo início, na Primavera.
O Feng Shui é uma ciência de observação. Então, é preciso sensibilidade para percebermos por qual estação nossa casa está passando, lembrando que estas estações psicológicas nada têm a ver com as estações temporais.Assim, se as coisas não vão bem, se a casa parou, vamos ativar o Verão. Se existem problemas familiares, vamos ativar Família, trigrama da Primavera, porque há uma possibilidade de se reprojetar as coisas. E assim vamos atingindo o objetivo do Feng Shui que é o de poder oscilar com a vida, poder aprender com ela.
Existe um processo paralelo entre a casa e o ser humano. A nossa casa é o retrato de nossa vida. Da mesma forma que a casa, o ser humano passa pelas “estações” da vida, completando ciclos e sempre reiniciando. É preciso estar atento para que esses ciclos sejam cumpridos de forma natural, sem paradas intermináveis ou saltos extraordinários.
É preciso saber identificar esses momentos de vida, especialmente o período de introspecção, a parada. Quando se ignora, por qualquer razão, esse momento, tenha a certeza de que a natureza vai se encarregar de fazer parar. O ser humano se vê compelido a parar: ou adoece, ou sofre algum acidente... e para! Literalmente para, não por vontade própria, mas porque simplesmente não consegue mais avançar. Aí, então, vai ser obrigado a se reabastecer para, novamente, entrar na “roda da vida”.
Isso é Feng Shui! Ele não vai resolver problemas, mas, sim, o ser humano. Vai mostrar todas as possibilidades que podem ser atenuadas. E vai fazer isso através da leitura da casa, respeitando as suas estações ou as estações de quem tem a posse da casa.
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