Desde 2004, rentabilidade do aluguel apresentou crescimento e, nos últimos anos, em BH, superou em três vezes índice inflacionário
O cenário econômico tem favorecido o mercado de imóveis. Economia em expansão, com a geração de emprego e renda para os brasileiros, juros mais baixos que a média praticada na última década, mesmo com a elevação de 0,75% da taxa básica de juros (Selic) decidida na quarta-feira pelo Conselho de Política Monetária (Copom), e ampla e acessível oferta de crédito imobiliário são alguns dos fatores que levaram o imóvel a uma valorização média de 20%, na capital mineira, em 2009, e a alcançar, na locação, rentabilidade competitiva, na comparação com os índices das aplicações financeiras, como poupança e até fundos de investimento.
"A partir de 2004, a rentabilidade do aluguel apresentou forte crescimento e, nos últimos anos, em Belo Horizonte, superou em três vezes o índice inflacionário. Imóveis residenciais voltados para famílias de média e baixa renda, por exemplo, têm hoje rentabilidade média mensal em torno de 0,8%, enquanto que os certificados de depósito interbancário (CDIs) registram rendimento de cerca de 0,7% ao mês. Esse crescimento resgatou a atratividade da aplicação em imóvel, que ainda oferece ao investidor ganhos com a valorização do bem e a segurança de um ativo real", sustenta o presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Ariano Cavalcanti.
O vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (Ibef), Luiz Calado, que recentemente lançou pela Editora Saraiva Imóveis - seu guia para fazer da compra e venda um grande negócio, reconhece que, nos últimos quatro anos, houve resgate da rentabilidade da locação de imóveis, que chega a superar os rendimentos das aplicações feitas em certificados de depósito bancário (CDBs) e dos fundos DI, atrelados aos CDIs, mas alerta para as imperfeições de fazer essa comparação entre ativos tão diferentes e defende que outras variáveis têm de ser analisadas para a decisão de investir em imóveis.
"Não concordo com essas comparações, porque passam a impressão de se tratar de ativos equivalentes. Alguém já viu uma pessoa morando num CDB? Ou um CDB ser danificado por fortes chuvas? Diferentemente do que muitos dizem, assim como as aplicações financeiras, o investimento em imóveis traz riscos. O mercado imobiliário é complexo e o investimento em imóveis, seja para gerar renda ou para morar, requer planejamento, método nas decisões. Um bom negócio não é só aquele que dá ao investidor uma rentabilidade alta e sim aquele que não vai causar a ele arrependimentos no curto prazo", alerta.
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