Uso de lagos e fontes em casas e até mesmo em apartamentos tem crescido nos últimos anos e profissionais têm se especializado em criar esses espaços de relaxamento nos imóveis
Alguns aspectos importantes para a construção desses pequenos oásis particulares são nível de insolação, impermeabilidade e a decisão de criar ou não peixes no local
Com o estresse diário, cada vez mais os moradores de grandes cidades buscam o contato com a natureza para recarregar as energias. Um dos elementos que possibilita essa integração é a água. Engana-se quem acha que isso é privilégio de quem mora no litoral ou próximo a lagos e rios. Já é possível levar para casas e apartamentos espelhos d'água e fontes artificiais que, além de decorativos, são relaxantes.
A arquiteta Carolina Lage diz que, além de proporcionar beleza, um lago ornamental decorativo traz bem-estar, umidade ao ambiente e também pode ser econômico no consumo de água. "Essa redução é possível graças às novas tecnologias de manutenção de lagos, sistemas que têm um filtro que faz a limpeza constante e permite que a troca de água se torne inexistente".
Para quem gostou da ideia, o paisagista e ambientalista Caio Zoza diz que o primeiro passo é definir o local onde o laguinho (espelho d'água) ou fonte artificial será implantado. "Para as fontes, é importante definir o nível de ruído ideal para os usuários do local. No caso de laguinhos, se deseja ou não uma cascatinha ou corredeira", diz. Esses cuidados tornam-se necessários porque o ruído excessivo da água pode ser indesejável, como observa o paisagista.
Professora do curso de paisagismo do Inap, Lúcia Borges acrescenta que é importante definir qual tipo de efeito, ambiente e dimensão disponível que se tem em casa. "Espelhos d'água, pequenas cascatas e fontes podem ser projetados tanto nos jardins quanto dentro das residências", diz.
Avaliar as condições existentes no local, pontos hidráulicos, impermeabilização e demais aspectos técnicos também são fundamentais, como aponta a arquiteta Carolina Lage. "Para quem deseja fazer uma fonte, o ideal é contratar empresas especializadas, que elaboram o projeto e acompanham a execução. Dessa forma, o cliente terá mais segurança. Importante nessa etapa também é a contratação de um paisagista, que especificará as plantas corretas de acordo com a temperatura, local e estilo".
Além da vegetação, há uma infinidade de materiais que podem ser usados. "As fontes podem ser feitas de pedras de variadas rochas, vidro, plástico, madeira, vasos ou mesmo cimento. Já para lagos, existem modelos feitos de fibra de vidro e de lonas especiais, que agilizam e facilitam em muito a construção", conta Caio Zoza. Outra opção é o uso da alvenaria. Entretanto, o paisagista ressalta que, neste caso, é necessário que a área seja impermeabilizada e tenha uma estrutura especial para evitar rachaduras.
A professora do curso de paisagismo do Inap Lúcia Borges diz que projetos podem ser feitos para jardins ou dentro de casa
Feito isso, caso você tenha optado por ter um laguinho, é hora de escolher os peixes. Segundo o paisagista, as carpas são as preferidas pela variedade de cores e longevidade - podem viver até 100 anos. "Kinguios, cascudos e tilápias também são muito utilizados, além de alguns dos peixes típicos de aquários. Algumas espécies são inimigas naturais e não devem ser colocadas em conjunto, como tilápias e carpas", completa Caio Zoza. CONDOMÍNIOS
Levando-se em consideração as particularidades de cada espécie de peixes, até mesmo prédios podem ter laguinhos artificiais, como conta Caio Zoza. "Basta definir um local com um pouco de insolação, verificar a carga suportada pela laje e a perfeita impermeabilização", explica. O mesmo cuidado deve ser adotado quando o local escolhido são lajes de casas. "Deve-se ater à carga máxima permitida, recorrendo ao projeto estrutural do imóvel ou a um engenheiro civil". A professora Lúcia Borges diz que é preciso também observar os materiais já existentes no local em que esses elementos serão implantados, mantendo-se a proporção do espaço.
Com relação à profundidade dos espelhos d'água, Caio Zoza diz que a medida é variável, principalmente quando se deseja criar peixes. "A mínima é em torno de 30cm e as máximas variam de 60cm a 80cm de profundidade. Nesse espaço, é interessante que se tente reproduzir o hábitat dos peixes: águas com pequenas variações de temperatura, esconderijos e plantas aquáticas. Assim pode se conseguir a reprodução das espécies".
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